Nesta segunda feira (6), segundo o site de jornalismo Fórum, milhares de estudantes chilenos organizaram manifestações para boicotar o vestibular, a campanha do movimento estudantil levou milhares de jovens a queimar as provas e iniciar a ocupação de alguns centros educacionais onde se realizariam a chamada PSU (Prova de Seleção Universitária).
Sob a alegação de que a prova tem um carácter elitista e excludente, os estudantes afirmaram que o sistema de admissões privilegia aqueles que frequentam escolas melhores em áreas ricas, e tem melhores condições financeiras de se preparar para as provas, situação essa que também é assistida aqui no Brasil.
Estava marcada para o dia 6 a primeira jornada de exames da Prova de Seleção Universitária, muito parecido com o que é o Enem aqui no Brasil. Em mais de 20 cidades em todo o Chile foram registrados atos contra a a realização da prova, houve protestos na frente dos centros educacionais, queima das provas e ocupação dos centros por parte dos estudantes.
Em cidades como Quilpué (região central do país) e Copiapó (região norte), o exames foram suspensos, de acordo com a Fórum até as 16h do dia 6, 65 centros educacionais relataram a impossibilidade de realizar a prova. O CRUCH (Conselho de Reitores das Universidades Chilenas) publicaram uma nota dizendo que estavam estudando uma forma de permitir que os estudantes que não realizaram a prova nesta segunda-feira, pudessem realizar outro dia.
As reportagens locais citam um numero que indicam que ao menos 20 mil estudantes participaram dos atos contra os exames, especialmente nas cidades de Santiago, Valparaiso, Antofagasta e Concepción. O movimento estudantil com a promessa de continuar os atos na terça-feira (7), conseguiram que o presidente Sebatian Piñera convocasse uma reunião com o Ministros do Interior Gonzalo Blumel e Ministra da Educação Marcela Cubilos, para discutir novas diretrizes a respeito do processo de seleção universitária.
Seguindo o exemplo da iniciativa dos jovens do Chile os estudantes brasileiros deveriam se organizar, mobilizar e lutar pelo fim do vestibular em todo o país, por um ensino publico gratuito e laico em todos os níveis, acessível e gratuidade dos materiais de estudo.
Visto o caso das universidades publicas brasileira em que se chegam a ter mais de 100 concorrentes disputando apenas uma vaga para ingressar nos cursos mais concorridos, como é o caso de medicina na USP. Universidade esta que em 2019 teve mais de 129 mil de inscritos para concorrer apenas 11.147 vagas.
Com estes números milhares de alunos não vão conseguir ingressar nos respectivos por eles escolhidos. Fica claro o quão é inacessível para a população mais pobre e trabalhadora, o que torna a seleção das universidades um sistema anti democrático. Em um país tão desigual quanto o Brasil não é uma questão de mérito uma vaga na faculdade, e sim um sistema que seleciona apenas uma elite, que exclui as massas populares visando mão de obra barata do jovens negros e pobres das periferias.
A maioria dos jovens e trabalhadores tem que concorrer com estudantes filhos de ricos que já vem de escolas particulares e tem praticamente todo o apoio e tempo disponível para se preparar para as provas, boa alimentação e acesso fácil as escolas e universidades o que não é caso da maioria da população brasileira.
O Partido da Causa Operária, partindo da ideia de que estudar não é um privilégio e sim um direito, defende o ingresso livre e irrestrito a todos os níveis de ensino, o fim do vestibular, materiais gratuitos e horários acessíveis a todos aqueles que trabalham para que possam continuar seus estudos em diferentes esferas.