Desde a noite de quarta-feira (19/12), aproximadamente 30 estudantes ocupam o Colégio Estadual Ypiranga, no bairro Dois de Julho, em Salvador. Eles reivindicam que algumas turmas não sejam fechadas. Os estudantes fazem questão de ressaltar que o ato foi promovido por eles e que o fechamento gradativo do colégio será uma perda enorme para as pessoas que moram no bairro.
A decisão de ocupar o colégio surgiu após várias reivindicações não atendidas e um posicionamento da direção da escola que, mesmo afirmando que o colégio não seria fechado, suspendeu as matrículas externas e permitiu que somente as turmas do sexto e nono ano existissem. As reivindicações começaram logo depois que a Secretaria de Educação do Estado (SEC) anunciou, em novembro, uma lista das unidades que seriam fechadas em que constava o nome do colégio.
A decisão da Secretaria de fechar algumas escolas estaduais de ensino fundamental e transferir estudantes para outras escolas afetará não apenas Salvador, mas também outras cidades como Itabuna e Feira de Santana. A SEC afirma que estas mudanças fazem parte do reordenamento da rede de ensino. Como prevê a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, algumas destas escolas passarão a ser responsabilidade das prefeituras.
Diante da ocupação, o único acordo proposto pela Secretaria da Educação da Bahia foi garantir aos estudantes e professores a realização de encontros com as comunidades escolares das unidades da rede estadual que poderão ser fechadas com o intuito de detalhar este reordenamento.
Mobilizações em defesa da educação como estas apontam a importância e a necessidade da luta e resistência para impedir a destruição de uma educação pública, gratuita e de qualidade. Esta proposta de reorganização escolar deve ser repudiada não apenas por professores e estudantes, mas por toda a comunidade que entende o fechamento de escolas como uma prática equivocada.