O que nunca fora ofertado, de repente – em meio à pandemia – aparece como uma cartada dos golpistas. Nessa segunda-feira, 17, o Ministério da Educação anunciou um programa que oferece acesso à internet para alunos em situação de vulnerabilidade econômica matriculados em universidades federais.
Após cinco meses do início da pandemia do Covid-19, eis que surge a possibilidade de estudantes terem acesso à internet. Nesse ínterim, inúmeras unidades de ensino adotaram o ensino remoto para seguir com a grade curricular e não interromper as atividades acadêmicas. De acordo com o integrante da camarilha golpista, o ministro da educação Milton Ribeiro, cerca de 400 mil estudantes de universidades federais com renda familiar menor do que meio salário mínimo serão contemplados pela iniciativa em um primeiro momento.
Ainda segundo informe do governo, o programa terá restrições e “a internet não será totalmente livre ao aluno. Cada universidade e instituto deverá definir quais sites e sistemas os estudantes poderão acessar; e a partir de quando. Somente esses endereços eletrônicos estarão disponíveis de forma gratuita”.
A princípio, precisamos destacar que esse fortuito plano do governo golpista vem num momento em que há uma campanha em torno da volta às aulas e do ensino à distância. Nada mais oportuno para implementar uma medida que poderia existir desde sempre, dando suporte ao aluno, mas não de forma limitada como essa.
“Neste segundo semestre, defendemos o retorno às aulas e entendemos que os institutos federais e as universidades vão ter que compartilhar ensino presencial e ensino à distância, porque o afastamento social seletivo tem que continuar existindo de alguma maneira, mas sem atrapalhar as atividades de educação, que, entendemos, serem fundamentais”, disse Antonio Paulo Vogel, então ministro interino da Educação.
Essa medida, no entanto, demonstra que o governo tem recursos para dar internet aos estudantes; o que não tinha era vontade. Agora, com a determinação em impor o ensino à distância nas universidades, o governo golpista usa deste expediente para subornar os estudantes.