Nesta segunda (2), foi desocupada no Paraná a Secretaria de Educação e Desporto (SEES). A secretaria estava ocupada por professores, estudantes e funcionários da rede estadual de ensino desde o último dia 30 (sexta-feira), como uma reação ao projeto do governo direitista do Paraná, que decretou transformar 215 escolas estaduais em escolas militares. Outro motivo que havia levado a essa ocupação foi o novo edital de Processo Seletivo Simplificado (PSS), que, além de prever a contratação de apenas 4 mil professores (quando, no momento, são 20.000 professores contratados), entrega o trabalho dos funcionários de escola que trabalham limpeza, merenda, bibliotecas e secretarias, para empresas terceirizadas. Com isso, a previsão é que sejam demitidos 10.000 funcionários.
O que o governo do Paraná planeja fazer é implantar o projeto que a direita golpista tem para a educação em todo o Brasil: o projeto da “escola com fascismo”, que já foi implantado em unidades escolares em vários lugares do país e agora deve se alastrar por terras paranaenses. O que querem é fazer das escolas, que já estão há muito tempo sucateadas pelo descaso da direita, um verdadeiro campo de concentração, onde não haverá espaço para qualquer tipo de pensamento crítico. Onde toda a comunidade escolar estará subjugada por militares que não deveriam estar em qualquer outro lugar que não fosse o quartel.
A desocupação se deu mediante a promessa de uma reunião com o Secretário de Educação, Renato Feder, a ser realizada na próxima quarta-feira (4). Ocasião na qual, segundo a assessoria da SEED, as demandas dos estudantes e trabalhadores da educação serão ouvidas e analisadas. No entanto, como é de conhecimento de qualquer um que saiba o que é a direita, não se deve dar qualquer crédito ao que ela promete, principalmente quando ela promete “analisar”, o que, na maioria das vezes, significa ignorar ou analisar a melhor forma de contornar as reivindicações sem fazer nenhuma concessão importante.
Trata-se de mais uma capitulação diante de um ataque da direita. Esse ataque, especificamente, irá implantar nas escolas paranaenses uma verdadeira ditadura fascista, além de colocar no olho da rua um imenso número de trabalhadores. Diante disso, os estudantes do Paraná devem organizar em comitês de luta da juventude, que possam se organizar de maneira independente, ultrapassando, desta maneira, as atuais direções centristas do movimento estudantil. Pois, ao aceitarem tal acordo, mais uma vez essas direções demonstram não serem capazes de organizar os estudantes para barrar os ataques fascistas, logo, precisam ser superadas pela organização dos estudantes mais radicalizados e diretamente ameaçados pela política de militarização das escolas.