Um decreto municipal da prefeitura de Foz do Iguaçu, no Paraná, autorizou a volta das aulas presenciais na cidade das instituições particulares de ensino básico e de ensino superior, a partir desta segunda, 27 de julho. O decreto informa que a volta é permitida somente para alunos do terceiro ano do ensino médio e estudantes do último ano de graduação. Isso se as instituições estiverem dispostas a cumprir as normas de segurança exigidas para os cuidados de prevenção ao COVID-19, assinando um termo de responsabilidade.
As instituições que optarem pela volta terão que seguir diversas exigências como respeito à utilização de apenas 30% das capacidade das salas de aula, distância de dois metros de cada estudante em aula, medidas de controle de movimentação e acesso a espaços coletivos e de recreação, disponibilidade de equipamentos de higienização, utilização de máscaras em professores e alunos e etc.
Pois bem, não é difícil notar que as exigências são muitas além de rígidas, contudo, é fácil entender que elas são necessárias, pelo menos para quem decide voltar a operar nas condições por quê ainda passamos. Os números de morte por coronavírus não estabilizaram no Brasil, e as condições ideais de prevenção nos ambientes cotidianos de trabalho não são suficientes para fornecer a segurança necessária.
A especificidade do decreto é reflexo de um movimento impopular que a quase ninguém interessa, liderado por grandes empresários bolsonaristas, preocupados com o seu próprio bolso. Em todos os estados, a pressão das escolas particulares partem de alguns nichos mais ricos, enquanto a grande maioria permanece com o posicionamento de isolamento social. Aliás, há uma pressão para a permanência do isolamento principalmente de estudantes e de pais de estudantes, que agem pela preocupação com seus filhos. Além disso, um grande número de pais declaram que não enviarão seus filhos à escola até que a sociedade esteja vacinada.
É preciso denunciar que a volta é uma pressão feita pelos patrões ricos que pensam somente em seu umbigo. Isso não corresponde de modo algum à realidade das escolas públicas e sequer das particulares no Brasil. A volta em meio à pandemia renderá mais preocupações, despesas e sobretudo a exploração dos funcionários da educação, que terão que trabalhar às próprias custas, jogados à política de diminuição de salários e instabilidade do emprego orquestrados pelo governo da extrema-direita.
Diante da situação, é preciso que os estudantes se mobilizem para pressionar o governo do Paraná exigindo a derrubada do governo Bolsonaro. À exemplo da mobilização que se deu no dia 4 de julho, quando o comitê Estudantes em Luta e militantes da juventude do PCO, pela Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) foram à frente da reitoria da Universidade de Brasília (UnB), no Distrito Federal, lutar e exigir a expulsão do governo genocida de Jair Bolsonaro, responsável pelo grande número de mortes por coronavírus no país e por políticas irresponsáveis como a volta das aulas em Foz do Iguaçu e no Distrito Federal.