Nas vésperas da votação para a aplicação do Ensino Remoto Emergencial (ERE) , EAD disfarçado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Pró Reitoria de Graduação (PROGRAD) anuciou em nota oficial um ataque fascista aos estudantes,de maneira totalmente chantagista que diz que os alunos só terão suas bolsas de monitoria renovadas caso o Ensino Remoto Emergencial entre em vigor na universidade.
O único proposito dessa atitude é chantagear os alunos, principalmente o movimento estudantil, para que se coloquem a favor da precarização do ensino, da exclusão dos estudantes negros e pobres, que se materializa na forma do EAD/ERE. Este caso demonstra a orientação direitista da burocracia universitária gerida há uma década por Rui Oppermann eleito novamente através das eleições antidemocráticas fraudulentas.
NOTA CHANTAGEIA OS ESTUDANTES
Em nota oficial, a Pró Reitoria de Graduação (PROGRAD) soltou em seu site a seguinte declaração:
“Na expectativa da implementação do Ensino Remoto Emergencial (ERE) antes da data 15/07/2020, havia uma possibilidade de extensão das bolsas cadastradas do semestre 2020/1, o que não se efetivou visto que o ERE ainda não foi implementado e está em tramitação no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.
A partir da aprovação do ERE pelo CEPE, será feito um novo calendário do
Programa de Monitoria para disciplinas que ocorrerão em ERE, que será divulgado aos Departamentos e Comissões de Graduação (COMGRAD’s)“.
Com essa manobra terrorista, a reitoria tem a intenção de pressionar a aprovação do ERE, mexendo diretamente com as condições materiais de vida e sobrevivência dos estudantes e querendo colocar o cancelamento das bolsas como culpa dos que se opõem ao ERE. A administração da UFRGS quer que os estudantes pensem que ou o ensino remoto é implementado, ou suas bolsas não poderão continuar.
No meio de uma pandemia, de uma crise econômica e sanitária, com muitos estudantes já em situação de vulnerabilidade, essa decisão aprofunda essa situação e prejudica a vida dos estudantes bolsistas que dependem do valor, que já é baixíssimo, das bolsas.
GESTÃO RUI OPPERMAN
Fundamentalmente é preciso ressaltar que os estudantes da federal não possuem um único dia de paz, com uma reitoria que fica de quatro para os bolsonaristas, na prática pouco se difereciando dos direitistas mais raíz, embora procurem se colocar no centro, semelhante a posição desempenhada pelo PSDB na política nacional.
A prova disso, por exemplo, é um relato vindo do curso de Letras:
”UFRGS não chegou a resolução nenhuma sobre o ERE, não apresentaram NENHUMA proposta decente. Participei do treinamento de profs que sequer sabiam ligar o mic. Hoje cortaram nossas bolsas de monitoria. A UFRGS é medíocre,amigos”
Revolta totalmente justificada. Mas é preciso canalizar ela em uma mobilizaça dos estudantes professores e funcionários contra os ataques da reitoria. Pelo governo tripartite, que todas as vozes sejam ouvidas na universidade, é preciso acabar com a ditadura semi-bolsonarista da reitoria de Rui Oppermann.
A FARSA DO EAD EM NÚMEROS
53% dos estudantes da UFRGS não respondeu o questionário enviado pela PROGRAD sobre as condições dos alunos em relação ao acesso remoto e a sua adesão. Esses números baixos se repetem em todas as pesquisas enviadas pelas COMGRADS no Instituto de Artes e em outros institutos.
De 1468 estudantes do Instituto de Artes, apenas 803 responderam o questionário das COMGRADs. 45% não respondeu aos questionários. 134 alunos de 235 do teatro; 354 de 630 das Artes Visuais, 129 de 187 da História da Arte, 186 de 416 alunos da música.
No questionário do teatro, 77% dos alunos relatou ter dificuldades com o ERE. Nas artes visuais, o número é de 70%. Na música 57% e na História da Arte 79%. Os números pintam um cenário de exclusão, é preciso se opôr a isso.
O QUE FAZER?
É preciso impulsionar atos de rua pelo Fora Bolsonaro, contra o ERE/EAD, e contra a intervenção fascista na universidade pública.
Contra a privatização e sucateamento do ensino em todos os níveis.
Fora Rui Opperman! Fora Bolsonaro!