Apenas 236 estudantes da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) aderiram ao Auxílio Emergencial de Inclusão Digital para atendimento durante a pandemia. O primeiro edital, lançado no início de Julho, disponibilizou 1500 auxílios, mas apenas uma pequena parcela dos estudantes da UFGD se inscreveu ou estavam aptos a receber. Um novo edital foi aberto e foi disponibilizado uma bolsa de R$ 60,00 válido por um período de cinco meses que tem como objetivo incentivar os alunos a participarem do RAE (regime acadêmico emergencial).
Uma análise prática sobre a verdadeira intenção do auxílio emergencial de inclusão digital disfarçada de incentivo por parte do governo federal direitista, é que se trata nada mais nada menos, de um suborno para que os estudantes engulam as atividades digitais. É o capitalismo supostamente superando suas dificuldades técnicas e dando migalhas, com o objetivo de barrar as mobilizações estudantis contra o sucateamento completo e, finalmente, o desmonte da educação pública promovidas pelo ensino remoto emergencial (ERE), ou ensino à distância (EAD).
Nesse sentido, além de todas as questões práticas de acessibilidade, sabe-se que o ERE ou em outros termos, EAD, trata-se do interesse da burguesia de expropriar as verbas públicas por meio da privatização total do ensino, tirando do poder público o dever da manutenção do sistema de ensino e realocando para empresas privadas como as redes de internet, telecomunicação, softwares.
Entendendo a conjuntura política e a ameaça da imposição desse tipo mercantilista de ensino, o DCE e os estudantes da universidade são legitimamente contra a imposição do ERE (Ensino Remoto Emergencial) e consequentemente contra as normas do regime acadêmico emergencial. O diretório Central dos e das estudantes da UFGD elaborou um Dossiê sobre o Ensino Remoto (ER), com materiais acumulados ao longo desses últimos meses de debates com os CAs, os estudantes, professores e técnicos da UFGD, a UNE e os movimentos sociais.
O dossiê denuncia o descaso da administração, “Continuaremos denunciando o descaso da administração interventora e os interesses mercadológicos, que ameaçam os professores e excluem os estudantes, principalmente aqueles mais atacados historicamente. Nenhum estudante fica pra trás, é um mote que não encerra o debate, nos motiva a lutar.”
A conclusão do DCE e o movimento estudantil é que não é à comunidade da UFGD que interessa o Ensino Remoto, como citado no próprio dossiê.
Conclui-se pontualmente, que além da criação de dossiês, a única saída prática para barrar definitivamente tais ataques e ameaças por parte do governo da direita fascista, se dá por meio das mobilizações estudantis. Como já visto historicamente, a juventude deve ser a linha de frente em meio à crise, contra as ações fascistóides.