No último dia 18 de Agosto, foi deferido o estado de greve estudantil na Universidade Estadual do Pará. A decisão foi tomada coletivamente, na ocorrência de uma Assembleia Unificada online, com a participação do corpo docente e dos estudantes da UEPA, totalizando quase 200 pessoas do Campus.
A assembleia era centralizada no caráter da discussão de forma democrática, promovendo soluções e debates de ideias dentro da instituição, e teve como pauta, a promoção das estratégias de luta das categorias contra o ERE (Ensino Remoto). O debate foi promovido pela SINDUEPA (Seção Sindical dos Docentes da UEPA) e pelo DCE UEPA (Diretório Central dos Estudantes da Universidade do Pará) e era aberta a todos os docentes e estudantes da instituição, sendo divulgadas amplamente em suas redes.
Na assembleia virtual, foi votado e acatado o estado unificado de greve entre os professores docentes, acompanhados dos discentes do DCE UEPA. A adoção da medida sucedeu-se pela defesa da consideração de que as aulas, só devem retornar quando existirem condições sanitárias para que sejam presenciais, sem risco da precarização do ensino que a modalidade da aula remota apresenta, além de ser uma reação aos ataques do Governo Helder Barbalho à educação pública, ao se recusar a ouvir a categoria e determinar no decreto, publicado no dia 12, que não haverá avanço nas negociações dos Planos de Cargos, Carreira e Remuneração, determinando que não haverá maiores investimentos em educação, que em 2019, continuando com a precarização da Universidade.
Nesse sentido, além da óbvia exclusão da parcela mais vulnerável dos estudantes do que é disfarçadamente chamado de Ensino Remoto, proporciona, é válido atentar para o caráter político por trás da institucionalização do modelo. O ERE, é um codinome utilizado para EAD, Ensino à Distância e se caracteriza nada mais, nada menos como mais um processo da privatização do ensino público.
A direita golpista do Governo Bolsonaro e seus aliados governamentais burgueses, utilizam do dinheiro público destinado para a Educação da população para privatizar o Ensino, no sentido de que se aproveitam da paralisação da esquerda com o processo pandêmico para impulsionar essa farsa, que é o Ensino Remoto. Finalmente, entende-se que a medida que o governo transporta a responsabilidade com a educação dos seus ombros para as plataformas digitais, se dá o processo de privatização. Ainda mais considerando a utilização das verbas públicas com a institucionalização do programa.
O EAD (Ensino a Distância) ou ERE (Ensino Remoto Emergencial) é um projeto elitista que está em pauta desde meados de 1990. No ano de 2016, no governo Temer, o projeto foi pautado, mas as mobilizações e ocupações das escolas, barraram a incisão do projeto. Privatizar o ensino em meio a pandemia é a caracterização mais conhecida do golpe em que estamos inseridos, aproveitar o estado de distração em que a esquerda se posiciona é uma carta antiga da direita golpista.
Portanto, entendendo a famosa frase de que patrão só ouve máquina parada, juntamente com a conjuntura histórica de que as mobilizações e finalmente as greves em qualquer categoria são as únicas formas de derrubar os ataques da burguesia capitalista, é necessário seguir o exemplo dos docente e estudantes da UEPA e se mobilizar, posicionando-se contrários aos ataques governamentais da burguesia.
A juventude e todas as categorias devem se unir em mobilização. Volta às aulas apenas com a vacina, pelo governo tripartite das escolas, contra a privatização do ensino público e pelo Fora Bolsonaro e seu governo genocida.