A direita vem se aproveitando da crise sanitária para impulsionar, autoritariamente, medidas que lhe permitam sobreviver a crise econômica. Na educação brasileira, seguem-se diversos ataques neoliberais visando a privatização total do ensino. A política da burguesia promove a destruição da educação pública, juntamente com o fim dos direitos políticos estudantis para explorar, reprimir e controlar o conjunto da população. Uma das propostas para possibilitar isso é o ensino a distância.
O ensino a distância (EAD) tem sido imposto sobre as escolas e universidades, uma vez que a esquerda prefere não investir em um programa concreto de luta contra a crise e o genocídio, dirigindo e organizando a base dos estudantes. As direções do movimento estudantil continuam insistindo em campanhas políticas vazias, as quais são extremamente úteis para despolitizar e desmobilizar essa que uma das mais ativas e revolucionárias camadas da sociedade. Dessa forma, é muito mais fácil para a continuação do golpe de estado e todas as suas políticas criminosas. Além disso, a propaganda direitista que controla a grande imprensa ganha voz sem o contra ponto necessário das lideranças para desfazer as confusões propagadas.
Estudantes reacionários do curso de Direito da Universidade de Brasília (UnB) recorreram à justiça, com um mandado de segurança, contra a suspensão do calendário acadêmico. Eles pretendem garantir a segurança de que vão terminar o semestre. Tais coitados argumentam que a suspensão do EAD, imposta pela Universidade, não é justa, já que parte da totalidade dos estudantes tem acesso às redes. É importante ressaltar que a maioria dos alunos não têm fácil e disponível acesso às redes tecnológicas, e que tanto as qualidades quanto as condições de trabalho dos professores via internet são precárias, além de monitorizadas. Mas a questão não é apenas o acesso regular à internet e a forma de ensino, para além do senso comum, é necessário ter uma visão crítica da situação. Permitir e facilitar o desenvolvimento do EAD é um ataque a todos os estudantes e professores.
As escolas e universidades são os locais onde os estudantes se aglomeram, se politizam e se organizam para manifestar seus direitos políticos, contrários ao monopólio da burguesia. Portanto, o ensino a distância vem no intuito de facilitar a exploração e o controle do setor estudantil. Caso os estudantes não se unam para barrar o EAD, uma severa deterioração e mercantilização do ensino se concretizará. É preciso organizar a juventude e a classe operária para lutar em torno do Fora Bolsonaro e Todos os Golpistas, fazendo uma poderosa frente contra o regime ditatorial exigindo sua sobrevivência e todos os seus direitos.