Nesta última quarta-feira(30), um grupo de dezenas de estudantes acamparam em frente ao prédio histórico da Universidade de Barcelona, enquanto outro grupo de cerca de 60 bloqueou o tráfego da Gran Via, no centro da cidade. Os estudantes decidiram permanecer no local por tempo indeterminado, reunindo-se em assembleia para discutirem futuras ações e tomarem decisões para os protestos. As tendas foram montadas durante a manhã e a polícia local foi obrigada a realizar desvios para dar vazão ao tráfego de automóveis.
Os jovens dividiram-se em comissões, com o objetivo de fazerem o protesto durar o máximo possível e publicaram um manifesto, que anuncia a sua permanência por tempo indeterminado até que as suas cinco reivindicações elaboradas estejam cumpridas. Dentre as exigências, estão: o fim da “repressão contra uma geração que tomou as ruas em defesa dos seus direitos e liberdades” e que se apurem as responsabilidades das polícias, tanto da Polícia Nacional oficial da Espanha, quanto da própria polícia catalã, o Mosso d’Esquadra; a exigência de uma negociação com o governo de Pedro Sánchez a respeito de “um referendo de autodeterminação que dê voz à cidadania” ; a garantia de “anistia total para todos os presos políticos” ; a recuperação dos “direitos civis e políticos violados e colocados em causa pelo Supremo” e, por último, “um futuro decente seja garantido” para a sua geração.
Os últimos acontecimentos da Catalunha relacionados à condenação de prisão dos líderes políticos catalães que reivindicaram, com o apoio da população, a independência da província contra o estado espanhol no final do ano de 2017 logo após a votação de um plebiscito democrático, estimularam uma mobilização gigantesca do povo catalão contra as medidas ditatoriais por parte da Espanha, que luta por manter uma unidade fajuta do seu próprio território. O movimento de massas ilustra, com a mais evidente clareza, que a exigência colocada pela população da Catalunha é absolutamente legítima e deveria ser atendida.
Dentre os muitos setores mobilizados ao redor da reivindicação separatista está a juventude das universidades. Tradicionalmente, a luta dos estudantes sempre se destaca, uma vez que trata-se de um setor muito atingido pela economia capitalista decadente e pela política repressora da burguesia. Os jovens catalães não fogem à regra e depois de serem estimulados pelas manifestações, agora se colocaram mais uma vez na linha de frente do combate contra o estado espanhol. As suas reivindicações expressam a vontade popular e as suas atitudes de ocupação das ruas e de se reunirem em assembleias para deliberarem os rumos das mobilizações são algumas das medidas mais corretas a serem replicadas para setores ainda mais amplos.