O parlamento da Guatemala aprovou estado de sítio neste sábado (7). Os direitos constitucionais de liberdade de circulação, reunião e manifestação estão suspensos em 22 municípios do país. A medida decretada pelo presidente Alejandro Giammattei na última quarta feira (4), foi aprovada no Congresso após a execução de três militares por supostos traficantes no povoado de El Nestor, nordeste da capital. Centenas de pessoas protestaram do lado de fora do Congresso contra a medida por entender que a mesma implicará numa ditadura e, portanto, na supressão de direitos humanos básicos da população.
Segundo porta-voz do exército, Óscar Pérez, o grupo de militares foi vítima de uma emboscada e investigava supostos pousos de aeronaves numa suposta pista clandestina. O ataque resultou na morte de três militares, outros três sofreram ferimentos, um único militar conseguiu escapar e outros dois estão desaparecidos.
Uma crise política se iniciou no país com golpe dado no presidente de esquerda, Álvaro Colom Caballero, o mesmo foi vítima da campanha fraudulenta do combate contra corrupção, como aconteceu com PT no Brasil e diversos governos nacionalistas da América Latina, seus ministros foram acusados de levar 35 milhões de dólares em desvios. O sucessor de Caballero, Otto Perez Molina, também acabou renunciando a seu mandato devido a pressão imposta pelos opositores da direita e a grande imprensa burguesa.
O golpe abriu caminho para chegada ao poder do comediante Jimmy Morales, uma espécie de Luciano Hulk, que com a promessa de nova política, aplicou uma política neoliberal que aumentou ainda mais crise. As eleições deste ano, que tinha como favorita a candidata da esquerda, Sandra Torres, derrotada pelo candidato da direita, Alejandro Giammattei, foi um processo marcado pelo controle do aparato golpista policial e militar.
É preciso ter em conta que a Guatemala é a principal economia da América Central e tem os Estados Unidos como principal importador de suas commodities. A experiência dos golpe de Estado nos países latino-americanos termina com o fechamento do regime político, a supressão de todas os direitos democráticos da população e a imposição de ditaduras militares a serviço dos interesses do imperialismo.