A perfídia da imprensa golpista não tem limites. Os jornais da burguesia que atuaram em conjunto para deflagrar o golpe de 2016, impulsionando o recrudescimento da extrema-direita e eleger o fascista Jair Bolsonaro, agora culpam o povo e tentam se eximir das suas responsabilidades maternas; afinal – foi a imprensa burguesa que pariu Bolsonaro.
Em matéria publicada pelo jornal golpista Estadão, dessa segunda-feira, 10, é lançado um ataque feroz contra a população. Como diz o ditado: filho feio não tem pai. Se a situação do Brasil caminha para uma escatologia, sabemos bem quem foram os propagandistas da burguesia, os que atuaram para empreender um ataque contra as organizações de esquerda e a classe trabalhadora de conjunto. Desde a derrubada do governo de Dilma Rousseff em 2016, a tarefa dos porta-vozes dos capitalistas tem sido em aprofundar os ataques contra os trabalhadores e entregar o país ao imperialismo. Nesse percurso, Bolsonaro surgiu como uma alternativa aos planos de implementação de uma política de terra arrasada no país. Ora, não era esse o papel dos jornais golpistas?
É praticamente impossível esconder as atrocidades de Bolsonaro e seus asseclas. A displicência e a completa falta de compromisso do mandatário fascista com a população é notória. Já era esperado que os jornais da burguesia buscassem livrar-se do cordão umbilical que ligava o feto à genitora. E não nos enganemos, esse parto não é nada doloroso para os golpistas. A máxima ainda é corrente: os fins justificam os meios. Em todo caso, a culpa pode ser jogada para o povo. De acordo com o Estadão, toda essa situação é culpa do povo e sua “falta de educação cívica”. Nada mais ignóbil que essa afirmativa. Obviamente, a responsabilidade pela ascensão do bolsonarismo, que na ficção elaborada pelo jornal golpista, seria “consequência da incapacidade de muitos brasileiros”, só pode ser completamente falsa. Essa manobra dos golpistas busca isentá-los de seu próprio papel na campanha sórdida, abertamente golpista, levada adiante pela sequência de eventos que culminaram na eleição de Bolsonaro e na atual defesa de seu mandato.
“Bolsonaro, contudo, é apenas uma consequência da incapacidade de muitos brasileiros de compreender como funciona um governo e o que se deve esperar de um presidente”, afirma o Estadão. “Bolsonaro, portanto, é o sintoma de um mal muito maior. Há no País uma enorme carência de educação cívica (…)”, complementa o jornal golpista.
Nada mais descarado para um jornal que nunca defendeu os direitos democráticos da população e tampouco se preocupou com a suposta “educação cívica” dos brasileiros. O apoiador do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff estaria arrependido? De maneira nenhuma! Essa é apenas uma tentativa de deturpar os acontecimentos, ignorando seu papel no golpe de 2016 e na eleição de Bolsonaro. É assim que os jornais burgueses atuam, sempre contra a população. Além de praticar o crime, eles trabalham para incriminar o povo.