Os conglomerados da imprensa brasileira são tradicionais aliados da direita brasileira, do imperialismo, agem de forma descarada contra os direitos democráticos da população e são inimigos declarados do povo operário brasileiro, adotando sempre políticas diametralmente opostas a qualquer horizonte de emancipação do povo brasileiro, não bastasse, agora o Estadão defende o retorno das aulas presenciais anunciado pelo Governador João Dória.
Em matéria publicada pelo Estado de S. Paulo no dia 28/12, o jornal faz uma clara propaganda para o retorno das atividades presenciais das escolas paulistas, sejam elas públicas ou privadas. A condução da matéria pode dar a impressão de isenção do jornal, porém, em uma análise mais minuciosa, percebe-se que toda a prolixidade do artigo não se sustenta perante os tristes números de mortos e infectados no estado de São Paulo.
Em um primeiro momento, a matéria cita a emoção do retorno às atividades presenciais de uma professora que leciona em uma escola particular frequentada, como diz na reportagem, pelos filhos da elite econômica de São Paulo e dispõem de toda a infraestrutura adequada para o cumprimento dos mais diversos protocolos referentes à pandemia do coronavírus. Nesse sentido, há de se observar que a esmagadora maioria dos estudantes de São Paulo não possuem uma ínfima parte das condições sociais comuns a elite paulista e paulista, estando de fato, mais expostos ao contágio do vírus.
Em um segundo momento, o jornal afirma que um grupo de pediatras (quem?) havia lançado um manifesto (qual?) em apoio ao retorno das aulas presenciais, tendo como base, uma série de pesquisas (quais?) que determinam o baixo contágio e os poucos efeitos adversos à saúde em crianças. Ou seja, sem citar nenhuma fonte, o jornal entrega ao leitor todo um falso embasamento científico sobre o tema, levando a crer que a experiência europeia pode servir de parâmetro para o Brasil, fato muito distante da realidade. Seguindo, o texto exalta sua falsa preocupação com os mais pobres alardeando as já conhecidas mazelas sofridas pelo povo operário brasileiro, enfatizando o abismo social que se acentuou sem as aulas presenciais em função da falta de acesso à internet.
Por fim, o texto discorre sobre a necessidade da manutenção de protocolos, sobre percentuais de ocupação das escolas em função das fases vivenciadas durante a pandemia e exalta o aporte de insumos feito pela Secretária de Educação, como se fosse um favor e não uma evidente obrigação do Estado.
Os fatos são: João Doria definiu o início do ano letivo de 2021 em 4 de fevereiro, não importando em que situação a pandemia esteja no Estado. Vale lembrar que São Paulo detêm o maior número de mortos e de infectados no Brasil, além de não ter feito absolutamente para frear o avanço do contágio, tendo em vista que a adoção de isolamento social é inviável para a maioria do povo trabalhador que se abarrota em transportes públicos precários, vivem em moradias desfavoráveis para isolamento e precisa sair às ruas para garantir seu sustento.
A falsa preocupação levantada pelo jornal porta-voz da inescrupulosa burguesia nacional se justifica apenas como enganoso alarme sobre a realidade que todos já sabemos: o exponencial aumento de casos com o retorno das aulas e o consequente desgaste político do menino de ouro da burguesia brasileira perante o seu retumbante fracasso frente a pandemia e a impossível dissociação de sua figura com seu suposto inimigo, Jair Bolsonaro. Portanto, não se enganem, Bolsonaro e Doria, são irmãos no fracasso diante da pandemia do novo coronavírus.