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Esta semana na história, morreu Chiquinha Gonzaga, vanguarda feminina na música brasileira

Francisca Edwiges Gonzaga, conhecida como Chiquinha Gonzaga, nasceu no dia 17 de outubro de 1847.

Sua mãe, Rosa Maria de Lima, era filha de escrava e seu pai, José Basileu Neves Gonzaga, tenente (e depois marechal de campo) do Exército Imperial Brasileiro. Chiquinha Gonzaga nasceu antes de o pai decidir se casar,  contra a vontade da família do futuro marechal. A mulata Chiquinha Gonzaga viveu toda sua vida marcada por sua origem ‘plebeia’, embora tenha sido apoiada pelo pai a estudar, mas seu gosto desde cedo foi pela música e enfrentou muitas barreiras por ela.

Aprendeu a tocar piano e se tornou uma referencia. Mas a paixão pela música não trouxe apenas reconhecimento, pois o marido, o fazendeiro Jacinto Ribeiro do Amaral, considerava que esposa não se importava com ele ou com seus filhos. As brigas por causa da música, por causa do piano foram se intensificando até o ponto da separação.

A pianista então alugou uma casa simples em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, pensando que seria um bom lugar para ‘educar’ seu filho pequeno, como já faziam muitas mulheres pobres nas periferias.

Lembremos que no final do século XIX, no Brasil, não era comum as mulheres trabalharem ‘fora de casa’, e nesse ponto Chiquinha Gonzaga também se coloca a frente de seu tempo: separada, foi trabalhar como música profissional.

O Rio de Janeiro respirava música. A capital do país foi palco para o surgimento de diversos ritmos, entre os quais o tanguinho, o lundu e o maxixe. Apesar de seu desejo e da empolgação com a intensa vida musical do Rio, a maioria dos instrumentistas eram homens e não era fácil conquistar um espaço, foi preciso muita determinação.

Em 1875, nasceu sua filha Alice Maria, que, das as circunstâncias em que vivia, foi educada pelos avós, lembrando que por não estar mais casada, era um peso adicional para ele ter que cuidar de mais um filho, sozinha. A decisão de deixar a filha com os avós foi um peso, mas também é um marco na vida dessa que vai se tornar uma das primeiras compositoras populares do país.

Em 1877, Chiquinha Gonzaga publicou sua primeira obra conseguiu ter sua primeira obra publicada. E algumas portas começaram a se abrir. Escreveu muitas músicas e tocava em espaços antes reservados a homens. Mais ainda quando ela começou a dirigir seu próprio grupo musical.

Em 1885, Chiquinha escreve, em parceria com Palhares Ribeiro, a opereta “A Corte na Roça”. A peça foi um sucesso, mas incomodava a muitos que fosse uma mulher a dirigir a orquestra. No entanto, não foi a questão profissional a única batalha de Chiquinha Gonzaga. Ela participou de muitas lutas sociais.

Foi contra a escravidão e é considerada uma das melhores compositoras do nosso país. Músicas suas são sucesso até hoje, como a famosa “Abre Alas”, cantada em centenas de carnavais.

Casou-se novamente, com um português, e numa viagem para a Europa descobre que suas músicas são conhecidas no velho continente.  Um individuo conhecido como Fred Figner lançou as músicas de Chiquinha sem consentimento ou conhecimento dela, ganhando dinheiro sobre seu trabalho. A partir de então, ela agrega mais uma luta, a dos Direitos Autorais, ou seja, que o autor, o criador da obra tem direito sobre ela.

Faleceu Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1935

Referência para a cultura popular e inspiração para as mulheres do povo, por sua determinação e coragem, resistência e luta.

 

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