Estudo divulgado essa semana pelo Instituto brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, revela a brutal desigualdade social brasileira. O levantamento sobre o rendimento médio mensal no país refere-se aos dados pesquisados no último ano. De acordo com a pesquisa, os 10% mais ricos do país ganham 17,6 vezes mais que os mais pobres. Enquanto o rendimento médio mensal per capita dos 10% mais ricos foi de R$ 6,629 em 2017, os 40% mais pobres receberam somente R$ 376.
A comparação entre as regiões do país demonstrou que no nordeste a diferença é maior. Na região, os 10% mais ricos recebem 20 vezes mais que os 40% mais pobres. Na comparação entre as capitais do país, os mais ricos chegam a receber 34,6 vezes mais que os mais pobres. Manaus, capital do estado do Amazonas, lidera a diferença.
Sobre a concentração da massa de rendimentos, ou seja, do total de toda a renda do país, os 10% mais ricos concentram 43,1% dessa massa, enquanto os 40% mais pobres detém somente 12,4%.
O Índice de Palma do Brasil, que é razão da apropriação da renda do décimo mais rico em comparação com os quatro décimos mais pobres, subiu em 2017 em relação ao ano anterior. Em 2016 o índice era de 3,47, já em 2017 o índice foi de 3,5.
Os dados revelam o aprofundamento da pobreza e da concentração da renda nas mãos daqueles que não trabalham, ou seja, da classe capitalista, enquanto a classe operária brasileira tem sua renda diminuída cada vez mais. O aumento da miséria e da pobreza tem relação direta com o golpe de estado, ou seja, com a política golpista de terra arrasada da direita, de congelamento dos investimentos sociais, da terceirização, da reforma trabalhista, a qual retira direitos dos trabalhadores em benefício dos patrões. Isso sem falar na política de destruição das empresas nacionais, em prol dos monopólios estrangeiros, levando ao desemprego milhares de trabalhadores brasileiros.
A direita golpista procura disseminar a ideia de que a sua política neoliberal irá beneficiar a população como um todo, para tanto, faz demagogia afirmando ser necessário diminuir a máquina estatal, “cortar regalias”, etc. Na realidade, a direita, os capitalistas, procuram ocultar, com isso, a verdadeira luta de classes que há na sociedade, na qual o neoliberalismo representa uma política de choque das classes dominantes contra as classes mais pobres.
Nesse sentido, o golpe de estado representa, em sua base, uma política de guerra dos capitalistas, uma minoria parasitária, contra os direitos da classe trabalhadora, a maioria da sociedade, a classe que trabalha e produz toda a riqueza do país. O avanço do golpe, com a eleição fraudada de Jair Bolsonaro, tende a acentuar ainda mais esse ataque às condições de vida dos trabalhadoras. Em entrevista, nesta semana, Bolsonaro declarou que pretende aprofundar ainda mais a reforma trabalhista. Demonstrando ser um serviçal dos grandes capitalistas, o presidente ilegítimo da extrema-direita afirmou que é “horrível ser patrão no Brasil”
A declaração aponta no sentido do avanço dessa política de terra arrasada, de aumento da miséria e da pobreza. Para combatê-la é necessário mobilizar a classe trabalhadora, por meio dos comitês de luta contra o golpe. Levantar desde já o Fora Bolsonaro e todos os golpistas!