A esquerda pequeno-burguesa vem se mostrando capaz de utilizar qualquer pretexto possível para fazer propaganda da sua política oportunista de frente ampla com os golpistas. Nem mesmo nesta Páscoa, uma data conservadora e religiosa, rodeada de forte propaganda direitista da mais reacionária, estes setores se contiveram e utilizaram o momento para, em uma iniciativa diretamente voltada ao setor mais conservador da sociedade, fazer propaganda organizada por uma “aliança nacional”.
Marcelo Freixo voltou a ser destaque negativo. O deputado federal conhecido por sua política extremamente direitista com uma série de alianças à setores dos aparatos de repressão, agora liderou a campanha reacionária e religiosa no PSOL, de comemoração da Páscoa, relembrando o dia santo e fazendo uma calhorda analogia à política por ele defendida: a aliança com os golpistas.
“Lembrar a Ressurreição é celebrar a vida. Esse é o sentido da Páscoa, comemorar a vitória da vida sobre a violência e o ódio. Que a essência deste dia nos inspire a sermos melhores, mais solidários e cuidarmos uns dos outros. Juntos nós vamos superar essa crise” disse Freixo, demonstrando que não existe nenhum tema, por mais reacionário que seja, do qual a esquerda pequeno-burguesa não possa se aproveitar para fazer sua típica propaganda eleitoreira.
Contudo, não foi apenas Freixo que deu declarações neste sentido. O deputado, também do Rio, Eliomar, adotou a mesma política, e junto a sua mensagem sobre a Páscoa pregou a união de todos e “todos em suas tocas”. Utilização religiosa semelhante foi divulgada pelo PT do estado de Santa Catarina, que iniciou o dia religioso divulgando postagens de cunho conservador.
Vale lembrar, que a mesma “união nacional” pregada por partidos como o PSOL é feita em conjunto com a burguesia e os aparatos de repressão, os mesmos que na Páscoa de 2018, aproveitando a temática, atacaram tapetes em homenagem a Marielle em Ouro Preto, demonstrando que o único interesse que estes tem é de massacrar a população, seja em dia de trabalho ou feriado santo.
A chamada “União” com os golpistas é uma capitulação e adaptação ao regime ditatorial absurda. Ao se seguir tal política, o povo trabalhador hoje entregue justamente pela burguesia para morrer de fome e doença, será colocado a reboque da política direitista, a mesma que quer sua escravidão.
Tais iniciativas devem ser duramente denunciadas, não podemos “virar a página do golpe” e largar o povo nas mãos dos fascistas.