Nesse 1º de Maio, dia Internacional da Classe Trabalhadora, aconteceram manifestações em diversos países.
Em Paris, manifestantes entraram em conflito com a polícia. Em Berlim, Alemanha, os manifestantes realizaram passeatas. Na Inglaterra também aconteceram passeatas. Na Rússia, membros do Partido Comunista desafiaram as medidas antidemocráticas do governo e foram às ruas. Na Itália e Holanda ocorreram protestos. Todas denunciavam, de diversas formas, a deterioração das condições de vida dos trabalhadores em meio à crise do regime capitalista e a ofensiva dos governos contra os direitos históricos dos trabalhadores.
Cidades africanas registraram protestos. Na capital do Quênia, Nairobi, manifestantes tomaram as ruas para exigir, dentre outras coisas, que o governo nacional tome medidas concretas para melhorar as condições de vida da população e combater a pandemia da COVID-19.
No continente asiático, Filipinas, Indonésia e Turquia experimentaram protestos, alguns desafiaram medidas restritivas antidemocráticas impostas pelos governos com o pretexto de combater a pandemia. Reportaram-se prisões. No país centro-americano El Salvador, manifestantes tomaram as ruas da capital.
No Brasil, a esquerda se escondeu debaixo da cama ou se refugiou em “lives” nas redes sociais. Organizações da esquerda pequeno-burguesa, como O Trabalho/PT, Esquerda Marxista/PSOL, MRT e PSTU abandonaram as ruas para a extrema-direita bolsonarista e realizaram transmissões na internet, com o mesmo diletantismo de sempre. Por sua vez, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior organização operária da América Latina, que dirige os principais sindicatos operários do País, participou de uma “live” com os bandidos políticos da direita, dentre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), neoliberal, vende-pátria, capacho dos Estados Unidos e inimigo histórico dos direitos sociais e trabalhistas.
O Partido da Causa Operária (PCO) e os Comitês de Luta Contra o Golpe não se esconderam debaixo da cama e trabalharam para a realização do ato nacional de 1º de Maio de Luta na Praça da Sé, em São Paulo. A atividade contou com mais de 2.000 ativistas de todas as regiões do Brasil. A partir das 17h, aconteceu uma passeata da Sé em direção ao Theatro Municipal.
Diversas organizações de luta dos trabalhadores, como a Frente Nacional de Lutas (FNL), o Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM) e organizações políticas. Os sindicatos, apesar do bloqueio das direções, compareceram, caso dos Bancários, Petroleiros, Apeoesp, Simpeem. Em termos de partidos políticos, além do PCO, compareceram militantes da base do Partido dos Trabalhadores (PT).
A política da esquerda brasileira demonstrou seu nível de capitulação. Enquanto a maior catástrofe da história do País está em andamento, com mais de 400 mil trabalhadores brasileiros mortos em virtude da pandemia, os partidos e sindicatos têm como política “ficar em casa”. O presidente fascista Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) e as Forças Armadas, um dos pilares fundamentais de sustentação do governo, ameaçam frequentemente com um golpe militar.
O fato é que a classe trabalhadora jamais pôde realizar o isolamento social, por falta de condições materiais. Os governos burgueses não implementaram políticas de assistência social que amparassem os trabalhadores e os permitissem fazer o isolamento domiciliar, isso para aqueles que têm moradia. Nas capitais brasileiras, há batalhões de moradores de rua acampando nos espaços públicos, sem qualquer tipo de perspectiva de presente e futuro.
Felizmente, a esquerda internacional não seguiu as mesmas diretrizes políticas da esquerda brasileira. Atos importantes aconteceram por todo o mundo, com confrontos com a polícia. As reivindicações fundamentais dos trabalhadores foram levantadas nas passeatas.
É preciso romper definitivamente com a paralisia imposta pelas direções burguesas e pequeno-burguesas dos partidos de esquerda e organizações sindicais. Manter o povo desmobilizado significa ser cúmplice do genocídio bolsonarista, estimulá-lo, promovê-lo, impedir a resistência. A política de “ficar em casa” é vergonhosa e não corresponde à realidade do povo trabalhador no Brasil e no mundo.
Sequer as vacinas estão sendo administradas para proteger a população da peste. Os países imperialistas monopolizam o acesso às vacinas e mantêm o mundo em um apartheid: países ricos adquirem vacinas, países pobres sucumbem à doença. A vida dos povos da América Latina, Ásia e África não valem nada para os imperialistas donos do mundo.
Uma das questões centrais desse momento é a mobilização pela imediata vacinação de todo o povo, que só pode acontecer com a quebra das patentes. Para isso, os sindicatos e partidos de esquerda devem convocar os trabalhadores a tomar as ruas e não aceitar a perspectiva da morte lenta.