A esquerda parlamentar está sentindo a pressão das bases de seus partidos, sindicatos e movimentos pelo Fora Bolsonaro. Um indício disso é que, justamente, sua maior parte não admite o Fora Bolsonaro.
Alguns colocam como alternativa a essa tendência o impeachment do presidente fascista, sem, no entanto, que isso signifique que Bolsonaro realmente caia (o que ocorreria somente com a permissão da burguesia, que não está disposta a fazer isso por enquanto). Ou, mesmo se Bolsonaro cair, a aposta desse setor reformista seria que fosse substituído por alguém do regime, com medo de uma desestabilização maior.
Ou seja, para a esquerda parlamentar, mesmo a minoria que teria aderido à possibilidade de impeachment, esse impeachment seria uma tentativa de saída da crise, tirando o “mal maior”. Isso é influência de sua tentativa de se aliar à burguesia, que sustenta Bolsonaro e só irá admitir que ele saia quando a mobilização popular for tal que coloque na ordem do dia a sua derrubada pela força das ruas.
Desde o início do governo Bolsonaro, inúmeras manifestações têm sido realizadas – como as espontâneas no Carnaval, em espetáculos culturais etc. ou as organizadas pelo movimento popular, em todas elas estando presente os gritos e faixas Fora Bolsonaro e semelhantes. Isso demonstra que o povo está absolutamente disposto a derrubar Bolsonaro.
Por isso a possibilidade de impeachment é vista pela população não como uma saída para o regime golpista se safar e diminuir a crise, mas sim o Fora Bolsonaro. A esquerda que luta contra o golpe e o movimento popular de base, como os sindicatos, frentes de luta, movimentos sociais, deve impor a saída de Bolsonaro nas ruas, dele e de todos os golpistas, para não só derrotar Bolsonaro, mas impedir que a burguesia e a direita manobrem com saídas institucionais que deem continuidade ao regime de ataques ao povo.