Um personagem intruso, indesejado, completamente alheio ao espetáculo, acabou se tornando o protagonista principal do futebol brasileiro no último final de semana. Em quatro dos mais importantes campeonatos estaduais do país (paulista, carioca, mineiro e gaúcho), onde estão sendo disputadas as partidas finais, o famigerado VAR – árbitro de vídeo – entrou em cena para promover uma verdadeira balbúrdia, um caos, uma lambança.
Além de não dirimir os lances considerados polêmicos – aqueles fora do, alcance do árbitro de campo – a engenhoca da FIFA vem atuando como elemento de confusão e polêmica ainda maior em importantes partidas do futebol brasileiro. Na verdade, o VAR nada tem acrescentado no sentido de melhorar o que quer que seja dentro das quatro linhas.
A ferramento eletrônica interferiu grotescamente em lances considerados capitais nas partidas decisivas deste final de semana, invertendo faltas, anulando gols, além de paralisar as partidas por longo tempo, irritando o torcedor e quebrando o ritmo das partidas.
No Rio de Janeiro, no clássico ente Vasco e Flamengo, válido pela primeira partida da final do campeonato local, a situação foi hilária, pois o VAR entrou em pane aos 28 minutos do segundo tempo, quando todos os monitores foras apagados e a partida seguiu sem o árbitro de vídeo até o apito final. Talvez tenha sido os melhores momentos do clássico, sem a interferência do VAR.
Na decisão paulista, a reclamação foi generalizada dos dois lados, tanto de corintianos como sãopaulinos. O diretor de futebol do tricolor paulista, o ex-zagueiro uruguaio Diego Lugano, disparou: “Uma não expulsão no início do jogo. Uma mão que não foi vista na área adversária. Uma tentativa de encontrar um pênalti pelo VAR aos 50 do segundo tempo. Isto tudo diante de 60 mil são-paulinos” (ESPN, 15/04).
A situação não foi diferente no clássico mineiro, entre Cruzeiro x Atlético. Os dois lados manifestaram sua indignação com a “atuação” do árbitro de vídeo. A mesma reclamação apareceu também na decisão entre Internacional x Grêmio, marcando a disputa pelo título gaúcho da temporada.
O que se vê país afora, no futebol brasileiro, é uma verdadeira avalanche de ataques e golpes contra o já combalido esporte mais popular do Brasil, onde a direita golpista busca atacar os direitos democráticos da população, coibindo e restringindo as manifestações populares de repulsa ao regime burguês de fome e miséria dos capitalistas. Existe neste momento no país uma verdadeira guerra da direita contra as massas populares, expressos na repressão policial, na tentativa de silenciar a revolta popular, que cada vez mais se insurge contra os ataques do imperialismo, da burguesia e da direita golpista.