Os torcedores paulistas do Corinthians e do São Paulo estão muito, mas muito furiosos e indignados. Os dois times irão fazer a grande final do “Paulistão” 2019, em duas partidas, com o primeiro confronto marcado para acontecer neste próximo domingo, dia 14. O confronto inicial será no estádio do Morumbi, casa do tricolor paulista. A partida de volta está agendada para a Arena do “Timão”, no outro domingo, dia 21, ambos iniciando às 16h.
O espetáculo de duas das maiores e mais importantes camisas do futebol nacional, no entanto, está ameaçado de não ter o brilho esperado, ofuscado pela ausência de um participante muito especial, que garante a emoção, a alegria e a grandeza do esporte das grandes massas. Estamos falando, obviamente, do torcedor, esse grande apaixonado por um dos aspectos mais importantes e representativos da identidade cultural do país, o futebol.
Sem nenhum controle e regulação por parte da entidade que controla o futebol no Estado – a Federação Paulista de Futebol – as duas diretorias dos clubes que irão fazer a final parecem ter enlouquecido, pois estão majorando os ingressos para as partidas em até 300%. Com esta elevação – um verdadeiro golpe contra o público torcedor – muitos, centenas, milhares deixarão de ir ao estádio para assistir às duas partidas finais que decidirão o campeão da atual temporada.
Com esta política abusiva e de ataque contra um dos protagonistas do espetáculo – o torcedor – certamente haverá um esvaziamento do público nas duas partidas. É quase impossível para um trabalhador de baixa renda desembolsar o valor de um ingresso – mesmo o mais barato – que será cobrado na final. Para a primeira partida, que será realizada no Morumbi, casa do São Paulo, a diretoria do tricolor “sapecou a pele” do torcedor. Considerando o valor do ingresso mais barato (R$ 100,00), mais despesas de transporte, alimentação (bebida e comida) e um acompanhante; filho, esposa, ou os dois, o custo para assistir à partida final chega facilmente, por baixo, próximo aos R$ 500,00. Um completo desatino, um total absurdo! Mesmo para o torcedor tricolor de renda média-alta os valores são completamente abusivos, pois se este quiser ter um conforto a mais, ocupando os melhores lugares, terá que desembolsar, no mínimo, R$ 230,00 pelo ingresso. Um disparate, um despropósito total.
Do lado alvinegro, a diretoria também não foi nada sensata com a torcida. Os dirigentes do “Timão” – o time com a segunda maior torcida do país e a maior do estado de São Paulo – embora tenham elevado em apenas R$ 10,00 o ingresso mais popular, passando de R$ 50,00 para 60,00, esfolaram a pele do torcedor nos ingressos mais caros. Se desejar ocupar os lugares de maior conforte e visibilidade, o corintiano de renda mais alta terá que deixar na bilheteria algo em torno de R$ 400,00 a 450,00. Fica também totalmente inviável o torcedor de baixa renda, um trabalhador, ir ao estádio com sua família torcer pelo seu time, pois somados todos os custos, os gastos se elevam a valores próximos aos R$ 250,00.
Contra todo esse estado de coisas; contra todos esses abusos e ataques contra os direitos democráticos dos torcedores/trabalhadores, as torcidas organizadas devem protestar ativa e energicamente, exigindo das diretorias dos dois clubes o barateamento dos ingressos, possibilitando assim o acesso da maioria dos torcedores, que nesse momento se vêem impedidas de comparecer aos estádios para torcer por seus clubes.