O mercado fica assanhado com a possibilidade de privatização da Eletrobrás, é o que informa reportagem da IstoéDinheiro, de Cláudio Gradilone e Lucas Bombana. Em um único dia, quarta, 21 de agosto, os papéis dispararam em 10,9%. Além disso, o encontro de Rodrigo Maia e Paulo Guedes para tratar do assunto, contribuiu para também alavancar o Ibovesp em 2%¨.
Maia declarou que a privatização da Eletrobrás aumentará os recursos para investimentos no Brasil. Por esse motivo promete empenhar-se para que a Câmara autorize o governo para a privatização acontecer.
“Se o setor privado está disposto a colocar dinheiro no setor elétrico, por que a gente vai criar obstáculos?”, questionou Maia.
Paulo Guedes por sua vez afirmou que a Eletrobrás não seria capaz de manter os investimentos necessários.
No dizer de Guedes, a Eletrobrás seria “uma história de incapacidade financeira”, o que não é verdade, Eletrobrás é história de sucesso na viabilização financeira para viabilizar as hidrelétricas, linhas de transmissões, etc. Guedes ameaça ainda que o Brasil “correria o risco de ficar no escuro”.
A euforia do mercado é pelo fato de que abocanhará holding constituída de dezenas de hidrelétricas em pleno funcionamento, um mercado certo, lucrativo, monopolista. E melhor, será dono dessa lucrativa holding sem sequer gastar dinheiro. Como se sabe, como tem acontecido com todas as privatizações, desde a “privataria” tucana da era FHC, dinheiro em condições imensamente favoráveis sairá dos cofres públicos do BNDES.
Contrariamente ao o que diz Paulo Guedes, apagão o Brasil já teve, e foi quando a iniciativa privada monopolizava geração e distribuição de energia elétrica. E foi por isso que Getulio Vargas, propôs a criação da Eletrobrás.
Até então, Brasil no apagão vivia, e o setor privado era o responsável por isso. Geração e transmissão de energia era monopolizada pela Light canadense e a americana Amforp. Em 1951 Vargas denunciava que o déficit de energia elétrica era obstáculo à industrialização do Brasil. Responsabilizava a iniciativa privada estrangeira e empresas privadas de menor porte nacional por isso. Justificava assim a iniciativa de propor a criação da Eletrobrás.
A criação da Eletrobrás enfrentou ampla campanha contra das concessionárias estrangeiras, e também do empresariado privado nacional. São esses mesmos privatistas que vibram eufóricos com a possibilidade real de não mais inviabilizar a Eletrobrás, mas de tomar conta Eletrobrás, pela iminente doação prometida por Bolsonaro. Fora vendilhões das riquezas nacionais. Não ao entreguismo de nossas estatais.