Não são apenas os produtos de saúde que estão sofrendo com a especulação de preços devido a crise do Covid-19, produtos de necessidades básicas dos trabalhadores já estão sofrendo racionamento e elevação de preços, como é o caso do gás de cozinha. Na periferia de São Paulo, o botijão que antes era vendido numa média de preço de R$70,00 já está sendo encontrado no valor de R$130,00, quase o dobro do preço. Moradores relatam que além de preços absurdos, também há filas, desabastecimento, e até mesmo racionamento na quantidade de botijões entregues aos pontos de venda. A manipulação para o aumento de preços é clara pois a Agência Nacional do Petróleo informou que o abastecimento está ocorrendo normalmente, além do gás de cozinha ser um bem de consumo que dura mais tempo, sem necessidade de reposição tão imediata. Além disso, alguns estabelecimentos que vendem o gás estão fechados, outros não atendem telefonemas e não estão mais realizando entregas, o próprio consumidor precisa buscar além de enfrentar filas e senhas.
Esse é um típico caso de exploração do trabalhador em momentos de crise, empresas lucram ainda mais na venda de produtos essenciais se aproveitando do trabalhador que muitas vezes fica sem opção de onde adquirir o produto, além do medo de uma possível escassez. Os capitalistas criam um cenário ainda mais caótico fazendo com que os trabalhadores pensem que são justificáveis os preços abusivos praticados. Distribuição de senhas, demora no atendimento presencial, falta de mercadorias mesmo com o abastecimento em dia, são algumas das artimanhas usadas desonestamente em nome do lucro para prejudicar os trabalhadores.
Para enfrentar esse tipo de problema, o PCO em suas medidas apresentadas para enfrentar a crise, apresentou a criação dos conselhos populares, onde a própria população pode e deve fiscalizar esse tipo de situação, para que não haja exploração dos trabalhadores no momento de crise. Os trabalhadores conhecem a realidade de onde vivem e ninguém melhor que o próprio trabalhador para organizar e exigir aquilo que é do seu interesse diante de um cenário tão preocupante. A organização dos trabalhadores impede que eles sejam enganados e paguem mais lucros abusivos para os capitalistas.
No caso da especulação de preços de produtos, os capitalistas que agem desonestamente com os trabalhadores visando apenas o benefício de seus lucros praticando esse tipo de crime devem ter suas propriedades expropriadas e o controle das mercadorias e preços feito pelos trabalhadores. O trabalhador não deve ser ainda mais vítima do capital em uma crise e deve ter controle das situações que dizem respeito a sua sobrevivência.