Não é mais segredo para ninguém que a situação da pandemia da COVID-19 ao redor do mundo está totalmente fora de controle. Nos EUA, país mais rico do mundo e local onde estão sediados os grandes chefes do imperialismo mundial, são mais de 2 milhões de casos e mais de 100 mil mortes, segundo os números oficiais.
Aqui no Brasil, a situação também é catastrófica. Os números oficiais são altíssimos (mais de 700 mil infectados e quase 40 mil mortes), mas estudos de diversas instituições apontam que eles representam, no melhor dos casos, apenas um décimo dos números reais.
Outros países, muitos deles entre os mais ricos do mundo, como Itália, Espanha ou Reino Unido, a pandemia teve e continua tendo efeitos avassaladores na vida da população, sem que seus sistemas de saúde tenham dado conta de dar uma resposta à altura da situação.
A burguesia e o sistema capitalista vêm perdendo, dia após dia, a luta contra o coronavírus. A displicência com relação aos testes da população e ao atendimento dos doentes, a incapacidade de se ter uma perspectiva de desenvolvimento de uma vacina e o aumento sempre exponencial do número de infectados e de mortos no mundo inteiro, demonstram a total incapacidade de resposta do capitalismo mundial para a crise sanitária que já se arrasta por mais de um semestre.
É dentro dessa situação de calamidade que a burguesia procura impor uma política de reabertura da economia e de fim do isolamento social em todos os lugares. Mesmo em países em que a crise está muito longe de estar controlada, caso do Brasil, a quarentena – que nunca existiu para a maior parte da população – está com os dias contados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) deu uma declaração que mostra o seu comprometimento com essa política de reabertura. Em entrevista, a epidemiologista Maria van Kerkhove afirmou que eram “raros” os casos em que casos assintomáticos de coronavírus transmitem a doença.
A afirmação causou estranhamento em diversos especialistas da área, que prontamente vieram a público afirmar que isso não corresponde aos resultados da maioria dos estudos científicos a que se tem acesso no momento. Um deles foi Liam Smeeth, professor de epidemiologia clínica da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. Sua afirmação foi a seguinte:
“Vai contra as minhas impressões dos indícios científicos até agora, que apontam que pessoas assintomáticas — que nunca têm sintomas — e pessoas pré-sintomáticas são uma fonte importante de infecção de outras”.
Isso, inclusive, vai contra o que foi afirmado pela própria OMS no começo da pandemia, que afirmava a importância da permanência de todas as pessoas em suas casas, pois assintomáticos poderiam sim ser um vetor de transmissão do vírus.
A mudança de posição pela Organização, que na realidade só tem a função de transmitir os interesses do imperialismo, demonstra que eles estão apoiando a política de largar os trabalhadores e a população à sua própria sorte diante do perigo de infecção e de morte pelo coronavírus.
Se depender da burguesia imperialista, toda a classe trabalhadora será assassinada com a finalidade de manter os lucros de suas empresas. É preciso lutar contra essa situação e procurar impor um programa de interesse do proletariado para o combate ao coronavírus. É preciso exigir uma quarentena para toda a população, com o governo dando condições financeiras para que as pessoas possam ficar em casa. No Brasil, torna-se urgente a luta pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”, que estão colocando em prática a política de reabertura da economia para botar toda a população nas ruas e pôr suas vidas em risco.