Da redação – Alfred-Maurice de Zayas, especialista independente da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou análise da situação social, política e econômica da Venezuela em entrevista à jornalista Madelein García (Telesur), publicada no Twitter nessa segunda-feira (9).
Ele deixa bem claro que o alarde criado contra o governo venezuelano e uma suposta “crise humanitária” é, na verdade, um pretexto para a destruição do governo Nicolas Maduro por parte do imperialismo representado pela posição oficial da ONU, por ONGs associadas ao governo dos EUA, pelo próprio governo norte-americano e pela imprensa internacional.
“Aqui vemos uma situação de um assédio incrível (…) quer dizer, usam o pretexto dos direitos humanos para derrubar o senhor Maduro, sem perceber que esse uso dos direitos humanos como uma arma, implica a destruição da dignidade humana, implica a destruição do mesmo conceito dos direitos humanos” denuncia Zayas após passar catorze dias em solo venezuelano, no final de 2017.
Ele afirma que a situação do país não é de “calamidade humanitária”, como afirmam os órgãos de fachada da CIA, e que, na realidade, a suposta “crise humanitária” é só uma senha do imperialismo para atacar o governo cuja política não agrada aos grandes monopolistas internacionais.
Zayas disse que a Assembleia Geral da ONU deve condenar as sanções contra a Venezuela, criticando as barreiras para a importação de produtos fundamentais tais como alimentos e medicamentos, impostas pelo governo dos Estados Unidos com ajuda de seus capachos da União Europeia e da América.
“Se alguém quer ajudar o povo venezuelano tem que condenar essas sanções e é a Assembleia Geral da ONU que deveria adotar alguma resolução semelhante às resoluções adotadas com Cuba, das quais houve 25 resoluções condenando o embargo dos Estados Unidos contra Cuba”, afirmou.
Por fim, o especialista denuncia a perseguição pessoal que sofre devido a sua posição realista dos fatos: “Fui objeto de um assédio pessoal, mais ou menos me disseram: ‘o senhor não é o relator pertinente, não nos interessa o que o senhor pensa, o senhor tem uma função e somente uma, o senhor vai condenar o governo, ponto, se o senhor não está disposto simplesmente a condenar o governo, pois, então o senhor é um vendido’, bom esse tipo de narrativa se refletiu em certas impressões que eu colhi das ONGs”.
Sobre as ONGs, Zayas finaliza apontando o seu real teor político de subserviência às posições imperialistas, servindo, pois, como um veículo de efetivação da pauta de destruição dos governos contrários à dominação dos monopólios internacionais: “Estas ONGs acreditam que os direitos humanos estão ali simplesmente como uma arma para atacar um inimigo político, se gosto de um país ou não gosto de um governo, pois eu vou acusá-lo de violações dos direitos humanos”.
Essa denúncia deixa claro que a perseguição a Maduro é apenas mais uma arma do imperialismo para fragilizar um governo que o enfrenta. Além disso, é possível ver claramente que órgãos pomposos, como as ONGs e a própria ONU, na verdade, não são objetos de salvaguarda dos povos oprimidos, pelo contrário. Esses órgãos são veículos “bem vestidos” de implantação da política imperialista em âmbito internacional. Por isso, é preciso repudiar os ataques ao governo Maduro e lutar contra o avanço imperialista na Venezuela e no Brasil.