As eleições desse final de semana para o parlamento da Espanha evidenciam o aprofundamento da crise política no país. Apenas oito meses depois de chegar ao governo, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, do PSOE, foi obrigado a chamar novas eleições. Um dos motivos principais desse fato é a rejeição dos independentistas catalães à política do atual governo em relação aos Orçamentos Gerais, ou seja, à tentativa do atual governo de tentar aprovar novas metas para o orçamento público espanhol.
É preciso lembrar que a crise com a Catalunha foi o que levou também Sanchez ao governo em 2018, após o ex-primeiro Mariano Rajoy do Partido Popular ser derrubado por supostas denuncias de corrupção. O pedido de impeachment foi encaminhado na época pelo próprio PSOE de Sanchez, o que levou-o ao governo.
Sem conseguir estabilizar a crise política que há anos afeta a Espanha, Sanchez chamou novas eleições no início de 2019. As pesquisas indicam a vitória de Sanchez, todavia, este terá que fazer um acordo com os nacionalistas, ou seja, o próprio Partido Popular se quiser obter a maioria no parlamento.
Outro fator que indica a instabilidade do regime político espanhol é o crescimento da extrema-direita. O partido Vox, de características abertamente fascistas, vem ganhando espaço dentro das instituições parlamentares espanholas e poderá chegar a obter 32 cadeiras após as eleições de domingo.
O crescimento da extrema-direita pressiona para que os partidos da direita tradicional espanhola, como o PP, adotem cada vez mais uma política mais à direita, abertamente fascista.
A deterioração do regime político espanhol é mais um importante exemplo da deterioração dos regimes ditos “democráticos”, estabelecidos pelo imperialismo em todo mundo. Diante do aprofundamento da crise econômica desde 2008, o imperialismo passou a impulsionar a extrema-direita em todo mundo como uma forma de conter a rebelião generalizada contra o desmoronamento do sistema capitalista mundial.