Na Espanha, captar energia do Sol, o astro que ilumina todos os nove planetas do sistema, dá multa desde 2013.
O sol foi privatizado na Espanha. Quem instalar placas solares para geração de energia doméstica sem a autorização do governo espanhol poderá ser multado em até 30 milhões de euros (cerca de R$ 100 milhões).
Mas, espera, privatizado ou estatizado? Quem reclama ser o dono do calor solar é o governo?
Não.
Isso aconteceu por pressão das empresas elétricas espanholas. As companhias energéticas temem queda no consumo de energia caso os cidadãos resolvam adotar fontes alternativas de energia como painéis fotovoltaicos ou moinhos para produção de energia eólica (usando a força dos ventos).
Então os ventos também foram privatizados na Espanha por pressão das empresas capitalistas.
O Governo espanhol planejou implantar o auto-consumo energético aos poucos, sem mexer no sistema vigente, e implantou “pedágios” para a luz solar. “Implantamos um “pedágio” para a energia recebida do sol”, resumiu Mario Sorinas, da empresa Electrobin, sem pudor nenhum.
É certo privatizar um recurso natural? Os raios de uma estrela? O sol, a água, o ar?
Pois na Espanha apenas empresas escolhidas a dedo podem produzir e fornecer energia elétrica. Além de haver um monopólio de utilização do Sol para geração de energia, ainda há uma cartel forçado pelo governo. O governo quer proteger essas empresas dos seus amigos capitalistas.
Não há como se apropriar de tal recurso sem violar os nossos direitos, uma vez que o usamos o tempo todo. Apenas o Estado burguês consegue tal proeza, em conivência com o imperialismo, sem se passar por criminoso.