Da redação – Nos últimos dias a imprensa burguesa espanhola noticiou, de forma discreta, a descoberta de restos mortais de cerca de 3.000 pessoas assassinadas pela ditadura fascista de Francisco Franco.
Os restos mortais foram encontradas no cemitério da catedral de La Almuneda, praticamente por acaso, por conta de fortes chuvas ocorridas na capital madrilenha no ano passado. Ossos de crânios, tíbias, fêmures, ficaram à mostra com a erosão do terreno de uma área periférica do cemitério, não acessível ao público, que nos anos 50 coincidia com os limites do cemitério. Os ossos estão em péssimo estado de conservação e a forma como estavam dispostos indicam que o local foi escolhido para que os corpos fossem simplesmente despejados em buraco no chão sem qualquer critério ou preocupação com identificação.
Pesquisas iniciais, encomendada por uma comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Madri juntamente com a empresa municipal de serviços funerários, apuraram que a condição em que os ossos foram encontrados indicam que se tratam dos restos que de opositores do regime fascista de Francisco Franco, não sendo possível precisar a profundidade do ossuário. Estes acreditam, também, ser muito difícil que seja possível a identificação das pessoas, por conta da disposição e má condição de conservação dos ossos.
As famílias dos assassinados acreditavam na versão dada no início dos anos 90 pelo governo à época do Partido Popular espanhol, direitista e herdeiro do franquismo, que os restos mortais haviam sido incinerados.
Historiadores e funcionários antigos do cemitério afirmam que esse processo aconteceu com os mortos à partir de 1955. Afirmam, ainda que, essa é o segundo ossuário descoberto recentemente em áreas antigas do cemitério, podendo abrigar os restos de até 50.000 pessoas entre opositores e mortos pelas condições de miséria a que o regime fascista de Franco levou a população.
Francisco Franco, general que comandou a Espanha após a guerra civil de (1936 a 1939), implantou um dos regimes mais violentos no século XX, conhecido como franquismo, que se iniciou com um golpe militar sobre o governo da segunda república, a qual havia sido eleito, e era formado por grupos populares e de centro esquerda, formando um governo social-democrata de conciliação, contrário ao velho regime monárquico.
Descobertas como estas mostram a brutalidade e desumanidade com que os fascistas agem para implantar todos os aspectos de sua política. Vale lembrar que os regimes fascistas são uma ferramenta dos capitalistas para avançar na espoliação do trabalhador, arrancando-lhe, não só os bens materiais, mas destruindo as organizações da classe operária.
Exemplos como esse, apesar de aparecerem muito tempo depois, nos mostram a real face dos capitalistas, que usam toda uma demagogia de “livre mercado”, democracia, espírito patriótico, respeito pela família e em nome de deus, mas que são meros instrumentos para ludibriar a população e também utilizar a classe média contra os trabalhadores, despejando violência de forma indiscriminada para garantir os lucros dos grandes capitalistas.
É preciso lembrar que o Brasil está sendo comandado por governo de extrema direita com características fascistas e que possui vários elementos similares ao de governos fascistas do século passado, como a prisão e assassinato de lideranças dos trabalhadores, carta branca às forças de pressão para matar, ataque às organizações dos trabalhadores, governo fortemente controlado pelas forças armadas, intervenções militares nos Estados e toda a política econômica genocida neoliberal que leva o povo à miséria.
Para que o trabalhador não seja refém da extrema direita fascista e saiba como reagir, o PCO está organizando em mais de 100 cidades pelo país, e também no exterior, o curso “Fascismo; o que é e como combater” nos dias 13 e 14 de abril.