O Partido Popular da Espanha (PP), que se define como partido conservador, apresentou uma proposta de lei para que migrantes grávidas pudessem ter situação regularizada no país se aceitassem entregar filhos para adoção. A medida garantiria uma espécie de anistia para as mulheres permanecerem em solo espanhol, contudo após o parto a situação das migrantes voltaria a ficar indefinida. Criando a possibilidade de serem expulsas para seus países de origem, deixando os filhos adotados na Espanha.
A proposta foi duramente criticada por setores progressistas da sociedade espanhola como o partido esquerdista PODEMOS e ONGS ligadas aos direitos humanos, mas traz consigo um sinal da direita conservadora para uma aproximação com alas mais radicais e xenófobas como o partido ultra-direitista VOX. O VOX tem crescido eleitoralmente e há previsão de que a tendência de ganho eleitoral do partido se intensifique no próximo pleito.
A miséria a qual o imperialismo levou as nações atrasadas tem gerado uma grande pressão migratória, só para a Espanha foram no último ano cerca de 65.400 migrantes ilegais, segundo a Acnur, a agência para refugiados da Organização das Nações Unidas.
O apelo eleitoral da retórica fascista e xenófoba, em uma situação de grave crise econômica como é o caso da Espanha, impulsionou os conservadores para a defesa de políticas extremistas de tom ultranacionalista. Isso é uma grande evidência de que a direita tradicional não hesita, como forma de ocupar o poder, em se aliar a ou até mesmo fazer o papel de um partido fascista.