Denúncias de abusos em escolas militarizadas no Amazonas revelam os equívocos do modelo sonhado por Bolsonaro
“Mas o que é isso, Filipe? É a escola cívico-militar”.
“Eu digo que conheci como funciona e, toda vez que visito uma escola, fico encantado com o que vejo. A gente imagina que é uma coisa rígida, severa, dura. Pelo contrário, as crianças têm um sentimento de coleguismo, amizade. É muito fraternal”. O encantamento do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, relatado em entrevista publicada em 13/10/2019, pela revista CartaCapital.
Certamente o minitro não visitou as escolas administradas pela Polícia Militar no Amazonas.
São 120 denúncias de abusos morais e sexuais, além de violências físicas praticadas pelos militares que trabalham nas unidades contra professores, estudantes e familiares. Isto até o mês de Outubro. Cerca de 80 mães registraram acusações contra os gestores. As violações aconteceram nos nove colégios da PM em Manaus, afirma Ricardo Gomes, advogado das Associações de Pais, Mestres e Comunitários.
Ministro da Educação, em sua alucinante bolha, viaja:, “você acredita que teve Estado que não quis?” implantar Escola Militar. Ao que o deputado federal Filipe Barros, do PSL do Paraná, outro integrante da bolha de ministro Weintraub, concordou, “o governador não pensa no seu povo”.
Deputado bolsonarista do Paraná deveria visitar o Colégio Militar da Polícia Militar 1, na Zona Sul da capital do Amazonas. Ali, tornou-se o caso mais extremo. Entre os abusos cometidos na unidade, consta a denúncia de Anderson Pimenta Rodrigues, professor de Português, agredido no colégio pelo tenente-coronel Augusto Cezar Paulo de Andrade, diretor do CMPM 1. Segundo Rodrigues, o militar deu-lhe um tapa no rosto quando se negou a assinar um livro de ocorrências que o acusava de três infrações. Não só. Em um vídeo postado nas redes sociais, é possível ver o momento em que o docente é encurralado por três militares no pátio e levado para o interior de uma sala.
Os casos de arbitrariedades, abusos, repressões nas salas de aula acumulam-se desde 2015. Somente foram encaminhados ao Ministério Público estadual no início do mês, depois de o deputado Fausto Júnior, do PV, convocar uma audiência pública na Assembleia Legislativa e expor a situação das vítimas.
O programa direitista das escolas militares, reintroduz nas salas de aula o regime da ditadura, do DOI-CODI – Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) órgão de inteligência e repressão criado pela Ditadura Militar de 1964.
Precisa ser denunciado e derrotado com a mobilização dos estudantes e educadores contra o regime de censura e destruição do ensino público que Bolsonaro quer impor. Fora Bolsonaro!