Desde que a burguesia decidiu derrubar o governo do PT para dar maior fluidez aos ataques do imperialismo contra a população, os golpistas optaram por impulsionar a extrema-direita. Se antes de 2013 era difícil que alguém viesse a público defender a ditadura militar de 1964-1985, a Folha de S. Paulo, O Globo e toda a burguesia de conjunto passou a alimentar uma espécie de “vale-tudo contra o PT”, o que levou inevitavelmente à uma maior organização da extrema-direita.
Para que fosse possível mobilizar a extrema-direita, impulsionar grupelhos como o MBL, projetar pseudo-intelectuais como Olavo de Carvalho e, ao mesmo tempo, evitar um choque frontal com os trabalhadores, a burguesia utilizou uma série de pretextos que escondiam suas reais intenções. Um deles tem sido a questão da sexualidade.
Por causa de uma suposta “onda conservadora”, a burguesia conseguiu fazer com que direitistas fossem até um museu impedir uma exposição de acontecer. Obviamente, isso nada tem a ver com uma luta verdadeira da direita contra o que julgue moralmente inadequado, mas sim com uma operação da burguesia para censurar o que não é de seu interesse.
A questão da sexualidade também tem sido utilizada para que a burguesia reúna skinheads, neonazistas e demais bandos fascistas, que, justificados sob um pretexto religioso, vêm fortalecendo uma organização cujo fim principal será atuação violenta contra os que se rebelarem contra o regime político golpista.
Nas salas de aula, o problema se repete. Os levantamentos mais recentes têm demonstrado que a maior parte dos ataques da extrema-direita nas escolas têm sido relacionados à temáticas que dizem respeito à sexualidade, não ao marxismo diretamente. No entanto, isso não pode ser motivo de confusão diante da necessidade real de uma luta contra a direita nos locais de ensino.