No RJ, farmácias oferecem testes do Convid-19 por até R$ 390. A venda é ilegal e o resultado pode não ser confiável.
A aplicação do teste é ilegal, adverte o Conselho Regional de Farmácia. Especialistas não atestam a eficácia dos exames individualmente feitos. Testes podem de forma equivocada, atestar de que o testado estaria livre do vírus. O risco de a pessoa testada continuar com o vírus, é grande. Pior, o possível infectado pode continuar a disseminar a doença em suas andanças, crente de que livre estaria da doença, crente que livre estaria do vírus.
Indiferente à polêmica, na farmácia do Leblon, Avenida Ataulfo de Paiva, o teste é vendido a R$ 250. Pedidos feitos por telefone, dá o direito de o exame à domicílio ser feito por enfermeiro da loja, trinta minutos após a compra.
Os testes rápidos (um dentre os 33 tipos de diferentes exames utilizados pela Anvisa), não detectam o coronavírus, mesmo assim são muito procurados.
Já são 500 os pedidos de kits reservados para clientes em farmácia de shopping da Barra. São os profissionais de saúde, a maioria dos pedidos feitos, informa o gerente da loja. Os kits devem custar entre R$ 350 a R$ 390, informa o gerente da drogaria. Os kits são importados. A entrega dos testes pelos fornecedores se fará em uma semana, prometem. Embora a procura seja grande, os kits ofertados ainda são em quantidade pequena.
“A venda de testes está restrita à rede hospitalar”. “A livre comercialização em farmácias e drogarias é irregular”, alerta a Vigilância Sanitária da cidade do Rio de Janeiro.
Testes não confiáveis
A possibilidade de erros nos testes é grande. Segundo a análise em laboratório, encomendada pelo Ministério da Saúde, há 75% de chance de erros nos resultados de testes para coronavírus. No resulto em que o teste indicar positivo, a probabilidade do resultado ser falso é de 14%. Sendo menos de 30% a confiabilidade para os casos de testes individuais, a possibilidade da pessoa sem sintomas, continuar, com o coronavírus e transmitir sem saber é grande, explica o oncologista e hematologista Daniel Tabak.
Precavida, a presidente do Conselho Regional de Farmácia, Tania Mouço, alerta que, a venda dos testes para Covid-19 em drogarias e farmácias é ilegal. O uso de exames rápidos está restrito a laboratórios e unidades médicas, conclui.
Recomendável para médicos e enfermeiros?
As vantagens do teste rápido é identificar profissionais de saúde e outras profissões de risco que tenham contraído Covid-19 há mais tempo e já estão sem sintomas. Os testes vão positivar o “IgG”, (anticorpos que o organismo produz quando entra em contato com algum tipo de microrganismo invasor), o que poderia indicar que o testado não mais teria a doença.
Para Manoel Barral, pesquisador de Fiocruz os testes “Individualmente, mesmo quando positivo, o valor do resultado é muito baixo”. Podem no entanto, serem “eficientes quando feitos em grupos, finaliza.
Não há testes suficientes no Brasil, fato que contribui para tráfico de testes livremente feitos por farmácias e drogarias. A principal maneira de combater o coronavirus é o diagnostico, confirmado por testes. Testes que sequer existem. Ao contrário de uma minoria que consegue adquirir testes rápidos por até R$ 390, os pobres não tem como saber, se estão ou não com o virus.