Mais um escândalo envolvendo o obscuro submundo do futebol europeu acaba de vir a tona através de denúncia veiculada pelo Football Leaks. Documentos vazados e publicados por jornais e revistas europeias mostram que a Associação de Futebol da União Europeia (UEFA), através de seu ex-presidente, Michel Platini, e do ex-secretário-geral Gianni Infantino (atual presidente da Fifa), encobriu sistematicamente o doping financeiro ilegal de pelo menos dois gigantes do futebol do velho continente, Manchester City e Paris Saint Germain. De acordo com os documentos vazados, os dois clubes teriam descumprido totalmente as regras de fair play.
As duas equipes citadas nos documentos pertencem ao futebol inglês (Manchester City) e francês (PSG) e são controlados por grandes investidores de países do Golfo Pérsico. O Manchester City recebe aportes financeiros dos Emirados Árabes Unidos e o PSG é controlado por um grupo de investidores do Qatar. O cerne da denúncia revelada pelos documentos do Football Leaks dão conta de uma astronômica injeção irregular de euros que poderia chegar ao valor de 1,8 bilhão, injetados pelos controladores do PSG no clube da capital francesa.
Por sua vez, a revista alemã Der Spiegel afirma que “os clubes são descaradamente controlados por governos autoritários de Estados do Golfo Pérsico” (ESPN, 02/11). A revista ainda diz ter “milhares de páginas” que comprovam as irregularidades entre UEFA, PSG e City. O veículo da imprensa alemã disparou chumbo grosso contra os dirigentes da UEFA, afirmando que “Gianni Infantino, como secretário-geral da UEFA, protegeu City e PSG”. Afirma ainda que a “UEFA não puniu e nem excluiu os clubes da Champions, como fez com várias outras equipes pelo mesmo motivo”, dizendo ainda que “Infantino se reuniu de maneira secreta com os presidentes do PSG e do Manchester City para tratar do tema” (ESPN, 02/11).
“O Football Leaks promete vazar mais documentos nas próximas semanas, divulgando ainda mais escândalos em breve” (ESPN, 02/11).
A sujeira exposta pelos documentos vazados (muito mais coisa ainda está por vir) são a prova cabal da existência de uma obscura rede internacional que pode ser caracterizada como uma verdadeira organização criminosa controlada pelos capitalistas mafiosos que exploram, em proveito dos seus interesses próprios e de uma ínfima minoria, o esporte mais popular do mundo, o futebol, em proveito dos milionários clubes dos países imperialistas.
Enquanto isso, os jogadores e times latino-americanos são punidos por qualquer tipo de “irregularidade” de mínima importância.