As medidas tomadas pelo governo para passar pela crise, ao que tudo indica, não poderão superá-la se seguirmos a linha do que foi feito até agora.
Temos notícias manipuladas, hospitais sem testes, UTIs sem leito… A pior sorte nos aguarda. Para quem não tem condições de lidar com essa situação, como é o caso da maioria do povo brasileiro, um povo com um população de 52,8 milhões de pessoas na faixa da pobreza, segundo dados do Banco Mundial de 2018, o futuro ganha contornos bastante dramáticos.
As medidas mais recentes desse governo golpista, visa injetar dinheiro nos Bancos, são R$ 650 bilhões que serão emprestados a eles, contra 40 bilhões previstos para os trabalhadores, o que demonstra a reprodução da política de 2008 em uma escala muito maior. Ainda na semana passada, o governo havia anunciado um pacote de liquidez para o sistema financeiro da ordem de R$ 1,2 trilhão. E isso sem falar que as medidas tomadas para o auxílio ao trabalhador estão envolvidas em tamanha burocracia que sequer se consegue chegar com a urgência necessária, ao passo que para os banqueiros, tudo flui muito rápido.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) cumpriu na quarta, 1, em reunião extraordinária, mais uma etapa na regulamentação para que o Banco Central (BC) possa emprestar recursos a instituições financeiras, até R$ 650 bilhões, tendo como garantia Letras Financeiras.De acordo com o BC, as operações terão prazo mínimo de 30 dias e máximo de 359 dias corridos.
Será uma Linha Temporária Especial de Liquidez (LTEL) e que busca garantir recursos para que bancos e demais instituições financeiras possam conseguir dinheiro com o BC para atravessar a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Com essa medida, esses fascistas vão dar aos banqueiros todas as garantias que precisavam para que passem pela tormenta sem arriscarem os seus patrimônios, enquanto que os trabalhadores, esses, eles recomendam que voltem ao trabalho, se matem nos transportes públicos, e tentem sobreviver ao vírus da maneira que encontrarem. Os golpistas não querem assegurar a saúde do trabalhador e do povo mais sofrido, o que eles querem é que o empresário não vá à falência, e não tenha que se contagiar com a pobreza.
Agora mais do que nunca, a financeirização da economia deveria ser proibida, para que, em vez de permitir que os banqueiros aumentem a sua acumulação e a manutenção de um mercado de capital fictício, em detrimento de um investimento na produção, o governo pudesse salvar o que existe de mais precioso no mercado: o trabalhador, a única mercadoria capaz de criar outra mercadoria e dar ao mercado o lucro da mais valia.
Aliás, isso fica cada vez mais evidente. A tendência são as bolhas provocadas pelo mercado estourar, como já vem acontecendo. E o capital não ter mais onde buscar solução que o viabilize para conseguir sustentar um sistema improdutivo e explorador como esses.
Para que os trabalhadores vençam todas essas dificuldades, vai precisar de um pouco mais do que aceitar qualquer coisa que venha das instituições públicas, cujo único compromisso é com o imperialismo, e nada mais.
A luta pela estatização dos bancos, mais do que nunca, está na ordem do dia!