Os trabalhadores metalúrgicos de Espirito Santo estão em greve desde o dia 26 de outubro contra os patrões, exigindo um aumento salarial. Os metalúrgicos, que trabalham em diferentes empresas do estado, como a Vale, Arcelor, Samarco e Jurong, lutam contra o rebaixamento salarial (os capitalistas propuseram um aumento miserável de 1% nos salários) e defendem um reajuste de 5%. De acordo com o Sindicato da categoria, o Sindmetal-ES, cerca de 20 mil trabalhadores em todo o estado estão em greve.
Os metalúrgicos, no entanto, além dos patrões, estão sendo obrigados a enfrentar o aparato repressivo do estado capitalista, o judiciário e a PM, que atuam para reprimir a mobilização dos operários e acabar com a greve.
A direção do sindicato denunciou na última quinta-feira, via as redes sociais, 5, que a Justiça do Trabalho do Espírito Santo emitiu uma liminar proibindo que os trabalhadores fizessem atividade de panfletagem e piquete em frente às fábricas. Nesta sexta-feira, 6, a Polícia Militar do estado foi enviada para a porta do sindicato para intimidar e tentar impedir a mobilização da categoria.
Trata-se de uma clara medida ditatorial da polícia que atua a serviço dos patrões e contra a luta dos trabalhadores. Mais ainda, a ação revela o aprofundamento da política repressiva do estado contra a classe operária suas organizações, contra o seu direito elementar de greve.
O fato da própria Justiça do Trabalho atuar como um órgão completamente patronal e de repressão aos metalúrgicos em greve é um indício muito evidente deste fato.
Esta ofensiva está diretamente vinculada ao avanço da direita e da extrema-direita golpista no País. À medida que tais setores ganham terreno, vai se fortalecendo as perseguições, às prisões, a censura, e a tentativa de conter pela força a mobilização da classe operária.
A PM que procura impedir a luta dos metalúrgicos no Espírito Santo é a mesma que atua na perseguição e morte dos trabalhadores sem-terras e suas lideranças, e no genocídio da população pobre e negra nas periferias.
É preciso se colocar contra a tentativa de intimidação e repressão da luta dos trabalhadores do Espírito Santo e fazer um chamado para que todas as organizações de esquerda (partidos, sindicatos, etc) apoiem a mobilização dos metalúrgicos contra os patrões e a PM.
A derrota dos setores golpistas e da política de repressão do estado passa, necessariamente, pela mobilização dos próprios trabalhadores. Neste sentido, os metalúrgicos do Espirito Santo apontam o caminho.