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Covid-19

Equador: médicos precisam esperar paciente morrer para vaga em leito

O Equador mostra o que pode acontecer no Brasil se o governo Bolsonaro não for derrubado

A pandemia do coronavírus tem afetado o mundo todo de maneira devastadora. Já são mais de 100 mil mortos pela Covid-19 entre mais de 1,5 milhão de casos confirmados.

Iniciando-se na China, não foram poucas as pessoas que achavam que essa seria mais uma epidemia chinesa. Donald Trump chamava o vírus de “estrangeiro”, Boris Johnson falava que ia continuar apertando as mãos das pessoas e Bolsonaro e seus rebentos têm falado – até hoje! – uma besteira pior que a outra.

Depois da China o epicentro passou a ser a Europa. Nesse momento, grande parte dos que menosprezavam a pandemia começou a perceber que a situação seria catastrófica.

Na América Latina os casos começaram a subir de forma exponencial e causando mais danos do que na China e na Europa.

O país que tem sido o retrato dessa pandemia num quadro de grave crise econômica agravada pela Covid-19 é o Equador.

Segundo as pouco confiáveis informações do governo equatoriano, o país tem, nesta sexta-feira, 10 de abril, cerca de 272 mortos. Porém, segundo o jornal equatoriano El Universo, o número seria de 1.371 mortos no mesmo período.

Outro fato que comprova tanto a dimensão da tragédia como a falta de veracidade das informações fornecidas pelo governo do presidente traidor Lenín Moreno é o aumento de 300% dos enterros realizados na região de Guaiaquil.

“A situação em Guaiaquil é a pior do planeta nesse momento.” segundo o analista político Amauri Chamorro. E completa: “Quando se fala em ‘alguns mortos’, não! São milhares de mortos, não há praticamente um bairro que não tenha cadáveres na rua, ou nas casas das pessoas”.

Além disso, nos hospitais equatorianos só se libera um leito quando o paciente sai dele, na maioria das vezes morto, pois temos que imaginar que só ocupa um leito vago quem está muito mal, devido à falta absurda de vagas nos hospitais. Logo, a mortalidade dos que estão internados é altíssima no Equador.

Chamorro conta que as pessoas pediam por ambulâncias que nunca chegavam. No desespero, algumas levavam os infectados em seus próprios carros, chegando a hospitais que não tinham condições de atendê-los, e eram obrigados a voltar sem atendimento algum com os doentes para suas casas.

O que pensar desse deslocamento dentro de carros particulares, indo para hospitais lotados por pacientes da Covid-19, e depois voltando para suas casas onde muitas vezes outras pessoas residem? Mais contaminação e mais mortes.

Os doentes que são levados para os hospitais e não recebem o atendimento são aqueles em estado grave. Quem não está nessa situação prefere ficar em casa. Assim, seja esperando ambulância ou voltando pra casa porque não conseguem atendimento, acabam morrendo em casa.

Sem serviço funerário que aguente essa mortalidade absurda – apesar das mentiras do governo -, os cadáveres então ficam nas casas, aumentando as chances de contaminação e outros problemas sanitários. O tempo passa e esses corpos são jogados na rua, muitas vezes envoltos em sacos de lixo.

O governo tem distribuído caixões de papelão para a população, tal é a gravidade da situação real.

Chamorro conta que em Guaiaquil quase todas as famílias têm um doente ou alguém que já morreu.

“Eles não fazem ideia sequer de como recolher os corpos, já perderam milhares e as famílias não sabem onde estão os cadáveres, o governo recolheu de qualquer maneira, sem identificar, então você tem milhares de pessoas procurando na rua, nos hospitais, em qualquer lugar”, diz Chamorro.

“O governo está recolhendo [os corpos] com caminhões contêineres, daqueles de frigorífico. Eles tentam esconder. Chegam de madrugada nos hospitais, carregam 200 corpos de um só hospital, enchem o contêiner e vão embora com o caminhão escoltado pelo Exército e ninguém sabe pra onde vão esses corpos”.

Um dos problemas é que o governo do Equador tem controle absoluto dos meios de comunicação, o que levou as empresas de mídia a esconderem o tamanho do problema. “Eles falavam que algumas pessoas estavam morrendo em casa, que a doença é muito grave, que tem que ter cuidado, tem que lavar a mão, mas isso quando, na verdade, já havia milhares de pessoas mortas na rua de Guaiaquil”, diz Chamorro.

O que esses genocidas se esquecem é que as pessoas podem tirar fotos com seus celulares, disponibilizando nas redes sociais. São fotos de uma mãe que acabou de morrer em um sofá, vídeos de pessoas agonizando e cadáveres nas ruas. Isso chamou a atenção do mundo todo e fica difícil levar a sério o que fala o traidor Lenín Moreno e a imprensa venal que o apoia.

O Equador, vítima da política neoliberal de Lenín Moreno, não está muito melhor que o Brasil, governado pelo fascista Jair Bolsonaro. A imprensa burguesa no Brasil critica Bolsonaro apenas por sair na rua e não por ter sucateado o sistema público de saúde e deteriorado como nunca as condições de vida da população. Afinal, Bolsonaro e a totalidade dos meios de comunicação burgueses estão juntos na defesa do neoliberalismo.

Vamos então dar uma olhada no Nordeste, a região mais pobre do Brasil, e a que mais tem sofrido desde o golpe de Estado de 2016. As perspectivas são sombrias.

O governo federal demora para fazer os repasses para os estados e municípios da região, mandando menos do que é prometido. Os envios de equipamentos de proteção individual (EPI) para os profissionais de saúde são muito abaixo do necessário.

Segundo os governadores da Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte, existe uma perspectiva de queda de receita dos estados de 40% por conta do declínio da atividade econômica, mas com aumento de 40% das despesas. Sem ajuda federal, não dá nem pra começar a tratar dos doentes da Covid-19.

O Nordeste brasileiro de fato é a região mais pobre do país, mas os bolsões de miséria que existem nas grandes capitais do Brasil, sejam do Nordeste ou do Sudeste, são tão pobres quanto e com uma densidade demográfica muito maior. Só a grande São Paulo tem mais habitantes que o Equador todo. Dá pra imaginar o que será então…

Se Bolsonaro não cair, o Equador é aqui.

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