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Equador: golpista Lenín Moreno está entregando o país ao FMI, com extinção de empresas públicas e aumento dos preços

O Equador que durante o governo nacionalista moderado de Rafael Correa havia equacionado sua dívida pública após uma auditoria da qual participou a brasileira Maria Lúcia Fatorelli, ex-Auditora Fiscal da Receita Federal do Brasil e Coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, agora pede socorro ao Fundo Monetário Internacional (FMI) com o qual acabou de acertar um empréstimo de US$ 4,2 bilhões. Outros acordos de empréstimos no valor de US$ 6 bilhões já foram fechados pelo Presidente Lenín Moreno com o Banco Mundial, com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, com o Banco de Desenvolvimento da América Latina, com o Banco Europeu de Investimentos, com o Fundo de Reserva Latino-Americano e com a Agência Francesa de Desenvolvimento. O presidente equatoriano assegurou que em média as taxas de juros a serem cobradas por esses empréstimos girarão em torno de 5%, a serem liquidados em 30 anos.

O atual mandatário do Equador foi eleito pelo mesmo partido de seu antecessor, Rafael Correa, mas imediatamente deu uma guinada à direita e iniciou a implementação de políticas diametralmente opostas ao programa pelo qual tinha sido eleito. Na política externa alinhou-se incondicionalmente aos Estados Unidos e internamente segue o ideário neoliberal além de mover uma perseguição aos seus antigos companheiros de partido e ataque cerrado às conquistas obtidas pelos trabalhadores durante o governo anterior. O presidente em dois anos de mandato viu sua popularidade despencar para 22% (ressalve-se a relativa credibilidade que merecem as pesquisas de opinião) e na semana passada ocorreram grandes manifestações de protesto contra esses ataques que incluem as privatizações generalizadas e aumento geral de preços.

Neste cenário vão se realizar no país as eleições provinciais, municipais e para o importantíssimo Conselho de Participação Cidadã e Controle Social (CPCCS) no próximo dia 24 de março. O partido do presidente (Aliança País) despido da sua característica de partido de esquerda deixou de servir como bússola dos eleitores e a decomposição e fragmentação resultantes acenam com a atomização e predomínio do clientelismo na votação. Das eleições participarão 8 partidos políticos, 15 movimentos nacionais, 71 movimentos provinciais, 164 movimentos cantonais e 21 movimentos paroquiais. Um total de 279 grupos procuram assim administrar, em diferentes níveis de governo, com os partidos de direita como eixo nos principais cargos a serem eleitos: prefeitos de Quito, Guayaquil e Cuenca, e suas respectivas províncias (Pichincha, Guayas e Azuay).

O CPCCS, órgão criado a partir da Constituinte de 2008 por Correa, que permite um maior controle popular sobre as instituições do país tem tido seus membros atacados pelo governo e corre o risco de que a direita dele se apodere nas próximas eleições. Neste caso ele continuará existindo mas estará esterilizado. Se a esquerda conseguir vitória, o governo tentará extinguir o órgão. Num desenvolvimento já conhecido no Brasil o processo eleitoral está tomando feição cada vez mais antidemocrática, com a colocação de diversos obstáculos que impedem o livre direito de votar e ser votado. As eleições, está sendo um processo cada vez mais antidemocrático, impedindo o livre direito de votar e ser votado, com diversos obstáculos.

O que está em jogo no momento no Equador é a manutenção da velha ordem oligárquica que sofreu um abalo com as reformas de Correa nas instituições da república ou a paralisação do desmonte das instituições reformadas. O objetivo final do atual regime é revogar a atual constituição promulgada durante o governo de Rafael Correa para deixar o campo livre à restauração do conjunto de privilégios que a burguesia antes de sua vigência, limitando a democracia a um exercício abstraído dos debates centrais em uma sociedade, com a consequente restauração do poder econômico saqueador que governou por décadas. Portanto, essas eleições, que parecem inócuas, são extremamente importantes no cenário político do país andino. São também importantíssimas no quadro atual da América Latina diante do avanço selvagem que o imperialismo norte-americano que tem efetuado nos países do continente.

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