Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Uma grande derrota

Equador: depois do “acordo” vem a repressão

O governo continua a perseguir opositores, demonstrando que as lideranças dos protestos erraram redondamente ao aceitar um acordo para desmobilizarem as massas

A capitulação das lideranças dos protestos recentes no Equador diante da pressão do governo de Lenín Moreno, com um “acordo” que não beneficia a população, não deteve a forte repressão da ditadura estabelecida pelo presidente traidor.

No início da semana, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) aceitou acabar com as gigantescas manifestações populares que duraram de 3 a 13 de outubro, porque o governo cancelou o fim do subsídio estatal aos combustíveis. No entanto, para um movimento insurrecional que pedia a derrubada de Moreno, essa “conquista” absolutamente parcial é, na verdade, uma grande derrota.

Tamanha capitulação, todavia, não fez com que o governo diminuísse a repressão brutal que já vinha desencadeando contra os manifestantes e o movimento popular. Segundo dados da Procuradoria equatoriana, 1.192 pessoas foram detidas, 1.340 feridas e oito mortas pela repressão – isso, conforme um órgão institucional, do governo, mas as denúncias dão conta de índices muito maiores para as três categorias.

Na madrugada de domingo para segunda-feira (14), as forças policiais prenderam a governadora da província de Pichincha, Paola Pabón. Ela é um dos quatro integrantes do partido opositor Revolução Cidadã (formado por militantes de esquerda que integravam a Aliança País, então partido do ex-presidente Rafael Correa, e que deixaram a organização após esta ter sido tomada pela direita liderada por Moreno) que foram detidos em meio aos protestos.

Os outros são Yofre Poma (dirigente, detido no dia 8), Alexandra Arce (ex-prefeita de Durán, detida no dia 13) e Cristián González (colaborador de Pabón, detido junto com ela).

Além disso, a ex-presidenta da Assembleia Nacional, Gabriela Rivadeneira, teve de pedir asilo e permanecer na embaixada do México em Quito para não ser presa, acusada de terrorismo e instigamento à rebelião.

Na última terça-feira, também, quando o “acordo” já havia sido oficializado, os escritórios do Revolução Cidadã foram invadidos pelos agentes do Ministério Público que buscavam o secretário do partido, Virgilio Hernández, e também o marido de Rivadeneira.

A repressão vem sendo denunciada por diversas organizações. Além do próprio Revolução Cidadã, o Grupo de Puebla (formado por líderes progressistas da América Latina e da Europa) pediu na quarta-feira o fim “imediato” da repressão contra dirigentes da oposição. Seu conselho assessor para temas jurídicos denunciou que o governo busca criminalizar “a oposição política e os líderes sociais”. “O governo deve deter o uso seletivo e arbitrário do direito contra líderes políticos, indígenas e sindicais e proceder à libertação dos detidos”, concluiu.

A CONAIE também tem denunciado a repressão. No entanto, ela é responsável indireta por isso, porque o acordo que fez com o governo dividiu o movimento popular, desmobilizando a insurreição e facilitando justamente a repressão seletiva do governo.

Moreno está impondo uma ditadura no Equador e a única força capaz de deter e derrotar isso é a mobilização popular. Os trabalhadores e as massas populares continuam totalmente insatisfeitas com o governo e querem a sua queda. Precisam passar por cima das direções capituladoras e continuar a luta radicalizada que estavam travando, em direção ao Fora Moreno, para derrotar a repressão formando comitês de autodefesa e lutando por seu armamento – como já vinham esboçando ao sequestrarem militares e utilizarem lanças como proteção.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.