Foi anunciado na noite da última quarta (7) pelo presidente do Equador, Lenin Moreno, a demissão do Ministro da Saúde, Mauro Antonio Falconi. A decisão foi tomada em razão das desordens ocorridas durante o dia na capital Quito onde longas filas de idosos se formaram para a vacinação contra a COVID-19.
Além da demora na chegada das vacinas aos postos de vacinação também houve a entrega de vacinas erradas. O ministro demitido havia assumido o cargo há menos de vinte dias (desde 19 de março) e é o quinto titular da pasta do atual governo. Ele também estava sendo investigado pelo congresso por acusações de nepotismo e má administração da campanha de vacinação. O predecessor do ministro recém demitido foi removido do cargo em meio a um escândalo quando foi publicada uma lista de empresários e altos funcionários do governo que foram vacinados por fora do esquema oficial de vacinação.
Foi divulgado que desde janeiro último quando se iniciou a vacinação no país e haviam 8.000 doses de vacina disponíveis que eram destinadas ao pessoal da saúde, foram vacinados, entre outros, a esposa do presidente Lenin Moreno, o Ministro da Defesa, Oswaldo Jarrin e a assessora do presidente, Liz Giler. Também constava da lista nomes de empresários e ex-funcionários do governo. Também estaria em vias de se realizar uma jornada de vacinação VIP para 560 pessoas do Clube Rotary na cidade de Samborondón na província de Guayas. As duas maiores cidades do Equador (Guaiaquil e a capital Quito) são as mais afetadas pela pandemia da COVID-19. Guaiaquil possui 2,8 milhões de habitantes.
Na semana passada a cidade registrou 940 novos casos de contração da doença. Setenta e três por cento dos leitos encontram-se ocupados e não existem Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) disponíveis. Em todo o país o sistema público de saúde está saturado. O estado de emergência foi decretado em oito das vinte e quatro províncias. Nos últimos sete dias o Equador registrou 62 infecções por cada 100 mil pessoas e 1549 novas infecções em média a cada dia. Desde o início da pandemia foram registradas 339.604 infecções com 17.057 mortes (dados da Agência Reuters às 14,44 hs [hora de Brasília]). A população do Equador é de 17.854.292 pessoas.
Como o Brasil, o Equador está enfrentando a pandemia capitaneado por um governo golpista sem qualquer compromisso com o povo trabalhador. No início da pandemia o Equador passou por uma grave crise sanitária, período durante o qual corpos estavam sendo deixados nas ruas porque os cemitérios não davam vazão ao grande número de enterros. Embora o pico da pandemia tenha ficado para trás, a situação continua fora de controle. O governo não possui uma verdadeira política para combater a pandemia e o caos predomina.