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Lula: “o Brasil está sendo governado por um bando de malucos”

Após todo o tipo de enrolação jurídica para não deixar Lula exercer seu direito de expressão, após um ano de prisão, o ex-presidente finalmente pôde falar para quem quer ouvi-lo: o povo brasileiro.

Não resta dúvida que a própria possibilidade de Lula falar já é expressão de toda uma crise política que hoje enfraquece o regime golpista pelas contradições e divisões da burguesia por um lado e pela crescente pressão popular por outro.

A Polícia Federal, pau mandado de Moro, tentou até o último momento impedir ou boicotar a possibilidade de Lula falar. Mas por intervenção direta de uma ala do STF que hoje se encontra em maior contradição com o imperialismo, através de decisão do Ministro Ricardo Lewandowski, tornou-se possível a realização da entrevista.

Foi uma entrevista de duas horas e dez minutos, concedida à Folha de S. Paulo e ao El Pais. O conteúdo está sendo divulgado aos poucos, mas já é possível ver no material disponível, a clara disposição do ex-presidente em desmascarar Moro e os golpistas que o perseguem.

De início, Lula demonstra claramente que, ao contrário de alguns setores da esquerda pequeno burguesa, sabe bem do que se trata a operação Lava Jato: uma farsa.

“Eu quero provar a farsa montada. Montada aqui dentro. Montada no Departamento de Justiça dos EUA, com depoimento de procuradores, com filme gravado. Agora mais agravada pela criação da fundação “criança esperança” do Dallagnol, pegando R$2,5 bilhões da Petrobrás para criar uma fundação para ele. Fora R$6,8 bilhões da Odebrecht e fora não sei quantas outras coisas.”

“O suposto apartamento, que o Moro mentiu, dizendo que é meu, ele colocou no leilão. E quem ganhou deve ser o amigo dele… ali foi um “ajeito”, ali foi um trambique que foi feito.”

Lula disse que mesmo que tenha que ficar toda a vida preso, sua obsessão é “desmascarar o Moro, desmascarar o Dallagnol e sua turma”.

“Eu tenho certeza que eu durmo todo dia com a minha consciência tranquila. E eu tenho certeza que o Moro não dorme e o Dallagnol não dorme. E aqueles juízes do TRF 4 que nem leram a sentença! Que fizeram um acordo lá que era melhor que um só tivesse lido e falasse que aqui todo mundo vota igual. Eu não vou me entregar. Eles sabem que tem aqui um pernambucano teimoso. Quem nasceu em Pernambuco e não morreu até os cinco anos de idade, não se curva mais pra nada.”

O ex-presidente disse que, em São Bernardo “havia uma briga no Sindicato aquele dia, entre os que queriam que eu viesse e os que queriam que eu não viesse. E eu tomei a decisão: eu vou! Eu tenho que provar a minha inocência.”

Disse que quando ficou claro que o objetivo central era prendê-lo, muita gente o aconselhou a sair do país. Sua resposta foi que não trocaria “a minha dignidade pela minha liberdade.”

A visão de Lula destoa de muitos que não querem mostrar claramente ao povo do que se trata o governo golpista do Bolsonaro:

“Eu fico preocupado com a situação do Brasil. Eu não consegui imaginar os sonhos que eu tinha para este país. Eu não consegui imaginar quando a gente descobriu o pré-sal para fazer este país virar gigante. Eu passei a ser um presidente muito respeitado. Aqui na América do Sul, o Brasil era referência. Eu fui o único presidente a ser chamado em todas as reuniões do G8. Tudo isso desmanchou. Agora eu vejo o prefeito de Nova Iorque não quer um jantar com o presidente do Brasil. O dono do restaurante se recusa. A que ponto nós chegamos! Que avacalhação!”

Não tem receio de mostrar ao povo quem hoje está no poder: “um bando de malucos”.

Além de deixar claro que o momento é de lutar contra o golpe da operação Lava Jato e do governo de malucos, como disse, e sua disposição em provar a sua inocência, Lula também deixa uma mensagem clara a todos nós: precisamos lutar pela população, que muitas vezes não tem como se defender sozinha.

De fato, as massas populares devem ser organizadas para a luta e o enfrentamento combativo de todo o golpe. Não fosse a crescente pressão popular, Lula não teria tido a chance de se pronunciar ao povo brasileiro, seria mantido incomunicável. Esta era a vontade da burguesia golpista, evidentemente.

No entanto, quanto mais se aprofunda a crise entre os golpistas, mais a burguesia tenta recolocar o seu cachorro raivoso, Bolsonaro, na coleira, com um sucesso muito restrito até o momento.

Lula sabe disto. Sabe que a crise da burguesia se reflete com muita intensidade na divisão interna do STF e faz o que pode para lutar nestas condições. Mas a luta nunca será efetiva sem que o povo entre na jogada de forma intensa, nas ruas, organizado.

Não há dúvida nenhuma que a assim chamada “Justiça” somente funciona na base de intensa manifestação popular, sentindo o calor do povo no cangote.

Por isso, a disposição de luta de Lula deve contagiar a toda a militância, para que se faça cada vez mais intensa a campanha por sua liberdade imediata, particularmente neste primeiro de maio, em Curitiba.

A entrevista de Lula deixa claro: é hora de povo na rua! É hora de todo mundo ir para Curitiba neste primeiro de maio. Não é hora de festa. Agora é hora de luta!

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