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Lilian e o PCO

Entrevista com Lilian Miranda, candidata a prefeita de Marília

O PCO lança mais uma candidatura à prefeitura, essa em Marília/SP, com Lilian Miranda

Lilian Miranda, de 42 anos, professora de Sociologia de profissão, oficializou sua candidatura à prefeitura de Marília (SP), pelo Partido da Causa Operária (PCO) no dia 13 de setembro passado.

Não é a primeira vez que se candidata, tendo já disputado as eleições municipais, em 2016, quando concorreu ao cargo de vereadora em Marília, sem, contudo, se eleger.

Mas seu envolvimento com a política, não para aí. Em 2018, chegou a concorrer como candidata a vice-governadora na chapa do PCO com Edson Dorta, arriscando, inclusive, a substituição à candidatura dele, uma vez que o TRE o indeferiu, mas a sua também foi caçada no final das contas, por falta de um documento.

Sua trajetória começa em Guarulhos, no ensino médio, concorrendo em uma chapa pela direção do Grêmio Estudantil. Na sequência, quando foi para a universidade, muda para Marília, onde estudou na Unesp e se formou em Sociologia. Também aqui,  acabou participando do Diretório do Centro Acadêmico da Universidade.

Já como professora, entrou para o movimento sindical se filiando à APEOESP – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, e com ele, participou das greves de 2008, 2010, 2013 e 2015.

Desde sempre, foi identificada com a esquerda. Seu contato inicial com partidos políticos se deu com o PT, em Marília, partido com que se identificou, e no qual sempre votou. Com exceção da PCdoB, sua cidade não conheceu, pelo menos naquela época, outros partidos políticos da esquerda. 

A primeira vez que se deparou com o PCO, foi em 2013, durante uma assembleia da APEOESP, em São Paulo, onde comumente acontecia, e ainda acontece. Lá, teve contato com a corrente sindical do PCO, Educadores em Luta, com Antônio Carlos, e o pessoal de Assis e Piracicaba, já integrado ao partido.

“O contato com o pessoal foi se estreitando, o que me levou a conhecer a análise política e conjuntural que era divulgada nas atividades do partido, em especial as produzidas pelo companheiro Rui Costa Pimenta, no início transmitidas pelo Skype, e, posteriormente, pelo Youtube, quando já falava sobre um golpe de Estado em andamento.”

De lá para cá, Lilian se integrou à corrente sindical Educadores em Luta, e ao PCO,  onde permanece até hoje, atualmente, inclusive, fazendo parte da Secretaria Sindical do partido.

Segundo informa, o PCO tem importantes bandeiras de luta em razão do cenário atual em que vive o País e a educação, são elas: não ao retorno às aulas, contra a militarização das escolas e o escola sem partido, e pela redução da jornada para 35 horas. 

Sobre a polêmica que envolve o ensino à distância, relembrou que a medida começou em São Paulo em março deste ano. “No distrito de Marília, por exemplo, cidadezinhas pequenas e sem prefeito, no entorno, e nas proximidades em área rural, o acesso à internet é praticamente nenhum, sendo a execução do projeto uma verdadeira catástrofe.”

“O pessoal precisa ir até a escola para pegar as tarefas e levar para casa para poder cumpri-las. Os professores, por sua vez, também acabam trabalhando dobrado para passar a matéria e motivar o aluno. E isso sem considerar que muitos alunos não têm computador em casa nem internet, ou, quando tem um, não tem o outro.  É comum também, se deparar com famílias com mais de um filho, e com o pai trabalhando em home office, tendo todos que disputar o mesmo computador, o que inviabiliza também a participação.”

“Outros problemas surgem para o professor, quando os pais, sem hora definida, enviam pelo aplicativo de celular, as tarefas devidas pelos alunos, o que causa muita confusão. Só no Estado de São Paulo são mais de 5 mil escolas, o que é uma população muito grande, sendo impossível ter um controle disso a contento.”

Lilian afirma que, considerando todas as dificuldades do EAD e os problemas gerados determinando o péssimo aproveitamento do aluno em relação ao ano letivo de 2020, um fórum de discussão debate sobre o que fazer em relação a isso. O que fazer com o ano de 2020? Uma das correntes de pensamento, diz ela, considera a possibilidade de passar de ano todos os alunos. Pensam até, depois das eleições, em dezembro, proporcionar a volta às aulas presenciais, montando um esquema de recuperação, para que essa ideia seja viabilizada, e o problema resolvido.

Lilian é taxativa ao afirmar que isso não resolveria o problema. Não só o aluno não estudou o ano todo, como não teria como fazê-lo em um mês, mesmo sendo presencial. Além do mais, o retorno às aulas presenciais apresenta muitos problemas cruciais não resolvidos.

Segundo informa, o PCO é contra o retorno das aulas enquanto o problema que envolve a pandemia não for solucionado com a oferta de vacinas, que é o que resolveria de vez o problema da pandemia. Caso contrário, um conjunto de ações deveria ser executado, tais como: adaptar as salas de aulas; fazer rodízio de alunos e também de professores, o que levaria à contratação de mais professores; a diminuição da carga horária sem diminuição do salário, e isso sem prejuízo das medidas necessárias para controle da disseminação do coronavírus, como testagem em massa, equipamentos de proteção para todos, profissionais e a população, investimentos nos vários setores da saúde, e etc, ou seja, tudo o que não é feito, e nem se pretende fazer, como sinaliza essa política que aí está.

Ela lembra ainda, que, nos lugares onde a aula presencial voltou, uma nova onda de contágio se propagou. Isso porque, além de não ter havido nenhum preparo, foi uma medida tomada por enorme interferência do capital envolvido no setor, que, como estava perdendo o lucro, motivou a que os dirigentes dos Estados e Países tomasse essa decisão sob falsas ideias e notícias de que havia passado o pior, e que já era tempo de retomar a regularização das aulas.

É preciso levar em conta que, muito embora os alunos, notadamente os mais novos, não se contaminem, são vetores de disseminação levando o vírus para todos os lados, considerou ela. E que, continua, a Escola é local de aglomeração e é muito difícil esse controle.

Nós somos favoráveis, diz ela se referindo ao PCO, que a comunidade escolar se articule para que decidam o que fazer sobre o ano letivo que se perdeu, tirando da administração pública o poder da decisão. É preciso dizer que do que jeito que está, nem os alunos aprendem nada, nem há condições favoráveis de trabalho para o professor na plataforma de EAD, ou mesmo nas salas de aulas.

É por isso que o PCO é contra o retorno das aulas presenciais, e também contra o EAD.

Além dessas medidas, o PCO defende que uma solução definitiva somente através de uma política nacional com o Fora Bolsonaro, e Lula presidente em 2022, em uma grande mobilização das massas pelo governo dos trabalhadores.

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