Em sua conta do Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou, nessa quarta-feira (08), a abertura de audiência pública para a privatização dos Parques Nacionais de Aparados da Serra e Serra Geral, na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul.
A desculpa para entregar o patrimônio público para grandes empresários é a da melhoria do serviço de turismo para a população. Mas o trabalho sujo de Salles é transferir tudo para mineradoras, latifundiários, especuladores imobiliários e empresários do turismo lucrarem ao máximo.
São 334 áreas de conservação, milhões de hectares, perto de um décimo da área do país, que estão em jogo nessa usurpação e destruição das riquezas da população. Em comparação com a licitação dos dois parques desta matéria, há que se lembrar de que a implementação do projeto está de vento em popa com a assinatura, no começo de dezembro passado, do chefe de Salles, o também fascista Jair Bolsonaro, de documento que conclui a concessão para a iniciativa privada de áreas que correspondem a quase doze vezes à do Aparados e Serra Geral.
O passado recente do ministro permite vasculhar sua trajetória fascista. É dos fundadores do movimento de extrema-direita Endireita Brasil e foi candidato pelo partido Novo dando a entender que meteria bala na esquerda e no MST. Quando fala em fiscalização de crimes contra o meio ambiente, na verdade, aloca não só funcionários do IBAMA, mas propõe até a PM para compor milícias de latifundiários. É tão rejeitado pela população que uma de suas marcas é a fama de fujão de eventos públicos.
Por falar em sua relação com a população, Salles montou todo um aparato para dar impressão de aprovação geral à cerimônia de entrega do Parque Nacional do Paul Brasil (Bahia), enquanto o povo nela estava proibido de participar no início de março do ano passado. Mesmo povo que, não muito longe dali, e na mesma ocasião, clamava pelos recursos do Ministério do Meio Ambiente para conter incêndio que duraria semanas no Parque Nacional do Monte Pascoal, área que ele também pretende deixar nas mãos dos empresários.
A destruição do meio ambiente é uma das maneiras de as forças produtivas do capitalismo, em sua crise histórica, se voltarem contra a sociedade. E, tendência mundial, essa destruição se faz sob a ação da extrema-direita no mundo inteiro. Mas não adianta pedir, no caso do Brasil, pela saída do ministro Ricardo Salles. O fascista Bolsonaro vai colocar provavelmente outro fascista igual ou pior a ele no lugar. Por isso, pela organização e mobilização do povo pelo Fora Bolsonaro e pela luta contra o imperialismo, sócio maior no desmantelamento dos países capitalistas atrasados!