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Entreguismo eleitoral no Paraguai: esquerda apoia direita para conseguir seis senadores

As eleições paraguaias que ocorreram no dia 22 de abril, levaram a uma capitulação, a uma entrega total da esquerda à direita liberal. Para conseguir seis assentos na câmara alta (Senado), o partido de Fernando Lugo se aliou ao Partido Liberal (que em 2012 deu um golpe e fez um impeachment relâmpago com Frederico Franco) e perde a chance de formar uma real oposição ao governo eleito de extrema-direita.

Os críticos condenaram a rapidez do julgamento-golpe, a falta de concretude das acusações e o tempo de defesa de apenas duas horas, em prejuízo do devido processo legal e do amplo direito de defesa. Em pouco mais de 24 horas o golpe foi efetivado.

Mario Abdo Benítez, o novo presidente,  é do partido Colorado, o mesmo da ditadura de Alfredo Stroessner, que durou 36 anos de terror (1954-1989). Porém, a aliança da frente de Lugo (Guasu) com a direita tradicional, enfraquece o poder da esquerda de uma real oposição: seria voltar em Alckmin para que Bolsonaro não subisse ao poder… Alckimin é ligado ao imperialismo e poderia até fazer mais mal que Bolsonaro.

Não adianta ganhar algumas cadeiras e ser minoria ridícula no senado: seis cadeiras entre as 45 do total.

O golpe de 2012 em Lugo deveria ter deixado claro a posição da esquerda: polarizar e fazer frente, tomar as ruas contra a direita conservadora e a extrema-direita; mas o oportunismo eleitoral é forte em todos os países que sofrem golpes guiados pelo imperialismo: vejamos o oportunismo do PCdoB e do Psol frente ao golpe de Estado.

Se a eleição ficou direita contra direita, a esquerda deve tomar as ruas e não colocar ilusões nas eleições.

Lugo que poderia ser o mais forte da esquerda nas eleições não foi candidato, a direita perdeu, e ganhou a direita da ditadura militar. Apoiou o partido que lhe deu o golpe, sempre com a ajuda do judiciário (em impeachment relâmpago) e do parlamento já tomado por golpistas. Vejam as semelhanças, Frederico Franco era o vice de Lugo, assim como Temer era vice de Dilma; golpe é sempre dado por pessoas próximas.

Como sempre em uma eleição onde a esquerda se vendeu ou está fragilizada, a população não vai às urnas: assim, a direita da ditadura continua no poder. A imprensa apóia os golpistas e os de extrema-direita e assim ocorre uma desmobilização, já que a esquerda não toma a frente e lidera o povo.

Desde o golpe contra o ex-presidente Fernando Lugo, a democracia e os direitos sociais retrocederam diante do poder da direita. Pouco se discute sobre soberania, acesso a programas sociais e existe uma ideia espalhada de putrefação da política, de que não há alternativas e mudanças possíveis pela via do voto. A degradação é tamanha que a relação de candidatos do Partido Colorado para as casas legislativas ficou conhecida no país como a “lista do inapresentáveis”.

No Paraguai houve pouca reação contra o Golpe, diferente do que acontece no Brasil. A esquerda não pode se apoiar nas ilusões de ganhar alguns cargos pois a direita retirará esses cargos e direitos tão logo se faça necessário.

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