O ano de 2020 começou assim como terminou o de 2019, com uma saída massiva de capitais da Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa. | ||
Até o dia 10 de janeiro saíram da Bovespa R$ 4,6 bilhões nas sete primeiras sessões, considerada a maior saída líquida de capitais desde 2008, ano que houve o estouro da crise mundial. | ||
Já o ano de 2019 foi marcado pela saída histórica de R$ 44,5 bilhões. Segundo analistas de mercado, o ritmo lento com que as
reformas estão sendo encaminhadas, mesmo com a aprovação da reforma da Previdência, e a queda da taxa Selic seriam os fatores centrais que estão impulsionando o movimento de saída. |
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A realidade é que o movimento de capitais externos para o Brasil, é absolutamente especulativo. Um exemplo disso é saída de investimentos como consequência da a queda da taxa Selic, uma medida adotada pelo governo na tentativa de impulsionar a economia brasileira diante da iminência de um quadro recessivo. | ||
Na medida que a taxa de juros cai (está em 4,5 % contra 10,25% em julho de 2017) o ganho especulativo diminui. Uma operação comum entre os investidores, leia-se especuladores, estrangeiros é tomar empréstimos em outros países para aplicar no Brasil. Com uma taxa de juros alta, as aplicações no Brasil são absolutamente vantajosas, com o investidor pagando o empréstimo e ainda obtendo altos lucros. Na medida que a taxa diminui, os ganhos são menores e o “Risco Brasil” assume uma relevância ainda maior. | ||
No final das contas, o que ocorre com o Brasil hoje é o resultado do absoluto fracasso do golpe de Estado de 2016. Existia a crença entre os golpistas de que a liquidação da economia brasileira em favor dos grandes grupos econômicos imperialistas proporcionaria uma entrada de capitais especulativos no Brasil de um modo estável, ou seja, sem a volatilidade que caracteriza, a entrada desse capital, e abriria uma etapa de crescimento econômico e estabilidade política para um novo regime saído do golpe. | ||
Essa perspectiva fracassou absolutamente. Em grande medida ditada pela própria crise mundial, mas, também, pela destruição da economia nacional levada conscientemente à frente pela burguesia internacional e nacional, a fim de favorecer o golpe. | ||
O fato concreto é que o golpe de Estado e o governo fascista de Bolsonaro são incapazes de promover sequer um arremedo de crescimento e estabilidade econômica para o Brasil. O fracasso é absoluto e a tendência é que a crise econômica assuma proporções cade vez mais grave no decorrer do próximo período. |