O avanço da política golpista contra toda a população brasileira, o aumento do desemprego, leva a que muitas pessoas, principalmente os mais jovens, recorram aos subempregos, como é o caso, por exemplo, dos entregadores de aplicativos virtuais, como iFood, Rappi, Uber Eats.
Apesar da demagogia barata da direita, de que tais trabalhadores seriam na realidade empreendedores, pois podem trabalhar de acordo com seus próprios horários, etc. Fato é que as condições de trabalho são muito precárias, os salários baixíssimos, sem contar o risco diário à vida devido a falta de segurança.
Para começar os entregadores de aplicativos virtuais tem que pagar pelos equipamentos que irão utilizar, como é o caso da bolsa térmica, a qual tem um custo em média de R$ 50. Com a popularização deste serviço, os entregadores, que em tese seriam “livres” para escolher seus horários de trabalho, tem que trabalhar em dobro para conseguir obter uma renda razoável no final do mês. O pagamento é feito de acordo com o tempo que foi trabalhado.
Em situações adversas, por exemplo, as quais apresentam um risco ainda maior para a vida dos entregadores, os preços das corridas aumenta, como é o caso dos dias de chuva. A falta de qualquer regulamentação, direito, garantia, leva os entregadores a uma situação degradante de trabalho, levando inclusive a morte, como foi o caso do entregador Tiago Jesus Dias, 33, que morreu de AVC enquanto trabalhava para o aplicativo Rappi.
As empresas não se colocam como empregadoras formais dos entregadores, o que as desobriga a cumprir com os direitos aos trabalhadores. Trata-se das “maravilhas” aprovadas, por exemplo, pela reforma trabalhista, como o trabalho intermitente, a chamada “flexibilização”, ou seja, para os patrões lucros absurdos, para os trabalhadores, salários miseráveis, e a própria morte.
Diante da crise do modo de produção capitalista, as empresas procuram esfolar ainda mais as condições de trabalho da população por meio de medidas como estas. Colocando abaixo todos os direitos trabalhistas, impondo situações de trabalho cada vez mais precárias, somente a mobilização do povo, da classe trabalhadora, pode colocar um fim a essa ofensiva.