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Problema é luta de classes

Entregar dinheiro público a especuladores não é medida, é interesse

A exemplo de outros problemas, a expropriação, pela via da dívida pública só pode ser resolvida com uma mobilização dos trabalhadores.

Em tempos de coronavírus , com o conflito distributivo escancarando a luta de classes no Brasil, um antigo  bicho papão da economia nacional foi reativado: a dívida pública. Tomando como base um problema real, o endividamento público artificial que penaliza a ampla maioria da população brasileira em favor de um reduzido número de capitalistas (poderosos o bastante para influir na vida política nacional em todos os níveis da administração pública), todo um debate “técnico” é aberto em torno do tema, criando a ilusão de um esclarecimento que, embora forneça informações relevantes, não sai da camada visível da essência do problema, justamente pela aposta no caráter despolitizado do problema da dívida, que é fundamentalmente político.

Não se trata de uma novidade. A posição de atraso do Brasil e das dificuldades constantes em desenvolver a economia nacional, há décadas, passam por discussões de aspecto meramente superficial com todo um debate “apartidário” se desenvolvendo em torno do tema da moda. Divida externa, inflação, déficit, a exemplo do que acontece no conjunto das ciências humanas, a economia sempre está discutindo alguma nova emergência da moda nas universidades, o que gera livros, palestras, prestígio junto a determinados meios burgueses e/ou pequeno burgueses, cargos e só. Como se vê pela depressão atual com todos estes elementos voltando, caso emblemático da queima de reservas e empréstimos estrangeiros que o país vem tomando, da inflação que desde 2011 é maior do que o crescimento (numa relação que explodiu nos últimos 5 anos)  e atingindo a economia brasileira juntos, existe uma camada muito mais profunda do problema, como uma peça teatral clássica em que se mudam os atores, os diretores mas nunca o enredo.

Informações a respeito de como a classe trabalhadora é roubada, são sempre importantes. Trabalhadores de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, podem também fazer suas pesquisas e constatar, com base nas leis orçamentárias anuais aprovadas para o ano de 2020, que o montante expropriado do povo campograndense para os tubarões do capitalismo, nos níveis federal, estadual e municipal, permitiria a todos os trabalhadores da cidade ter um auxílio emergencial superior a R$ 1,6 mil. Por um ano! Estamos falando da capital do estado mais pobre e economicamente atrasado do centro-sul brasileiro, certamente em regiões de desenvolvimento burguês mais adiantado, a situação é ainda mais esclarecedora da demagogia em forma de esmola que o governo federal está dando por um período de 3 meses apenas, e que em quase todas as capitais, cobre pouco mais do que uma cesta básica.

Da mesma forma que um plano econômico elaborado pela burguesia para controlar a inflação (para ficar em um exemplo mais recente e conhecido de muitos), se transformou numa armadilha para a maioria trabalhadora, jogada na informalidade em função da brutal desindustrialização e convivendo, desde então, com um desemprego crônico. A mesma coisa acontecerá se nos limitarmos a tratar a questão da dívida como um problema administrativo e não político. Não é “má gestão” ou erros de qualquer natureza que produzem a emergência de entrave ao econômico da última moda mas, isto sim, a luta de classes que, o substrato político que leva tantos trilhões a poucos burgueses enquanto a ampla maioria, os trabalhadores, precisam dividir alguns bilhões que resultarão numa esmola.

Há que se ter o cuidado com o pensamento burocrático que domina a esquerda pequeno burguesa. Medidas meramente administrativas, o espírito platônico da sociedade dos sábios gerida por boas leis (boas a quem?) são muito limitadas para a classe trabalhadora. Ao conjunto do proletariado brasileiro, a questão da dívida é muito mais simples: não pagar! Que os burgueses e seus lacaios na pequena burguesia chamem o fim da expropriação da maneira que acharem melhor. O interesse dos trabalhadores brasileiros é unificar o sistema financeiro nacional em uma empresa estatal controlada pelos trabalhadores. Isto sim seria uma resposta adequada, política, ao problema da dívida pública. Finalmente, a luta de classes só pode ser superada com a vitória dos trabalhadores sobre burguesia.

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