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Luta pela terra

MS: A Força Nacional vai fortalecer os ruralistas contra os indígenas

Entidades de esquerda pedem a atuação da Força Nacional para 'defender' os indígenas do Mato Grosso do Sul. É um equívoco que vai fortalecer os latifundiários.

O ano de 2020 começou com extrema violência dos latifundiários contra os povos indígenas no Mato Grosso do Sul. Foram dois ataques que demonstram o que vem por aí neste ano novo em relação a demarcação de terras indígenas.

Na virada do ano, latifundiários invadiram a comunidade indígena Laranjeira Nhanderu, da etnia Kaiowá, localizada no município de Brilhante/MS, e atearam fogo na casa de reza. Durante o dia pistoleiros rondavam a aldeia já demonstrando o que iria acontecer em seguida.

No dia 2 de janeiro, cerca de 180 famílias indígenas Guarani Kaiowá no município de Dourados, no Mato Grosso do Sul, foram atacadas por pistoleiros e depois pela Polícia Militar, num confronto que durou 16 horas e terminou apenas no dia seguinte.

Essa situação de violência, que não é de hoje, está levando a entidades que defendem os trabalhadores e os direitos democráticos da população a tomar decisões questionáveis quanto a sua efetividade.

A Defensoria Pública da União em Campo Grande, juntamente com entidades como a Associação dos Juristas para a Democracia, a Comissão Pastoral da Terra (CPT/MS), a Comissão Regional de Justiça e Paz de Mato Grosso do Sul (MS), a CUT-MS, o coletivo Terra Vermelha, o Conselho Indigenista Missionário, encaminharam ao governador fascista do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), um ofício “pedindo providências para que sejam contidos atos violentos na cidade de Dourados contra indígenas”.

Além de pedir para um dos principais responsáveis pela violência contra os povos indígenas, o governador fascista Reinaldo Azambuja resolva o caso, pede para o governador acionar o governo federal para que envie a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) em número suficiente para coibir os ataques dos latifundiários contra os indígenas.

A questão central desse ofício é que organizações de esquerda e progressistas devem chamar a forças polícias para resolver conflitos e defender os direitos dos povos indígenas, incluindo o governador que atua em favor dos latifundiários?

O debate que travaremos aqui é que a violência contra os povos indígenas do Mato Grosso do Sul está intimamente ligada a governo da extrema direita e a ação de forças policiais, incluindo a Força Nacional de Segurança Pública.

 

As forças policiais estão envolvidas com os latifundiários da região.

 

As forças policiais sempre estiveram ao lado dos latifundiários e atua como se grupo ‘oficializado’ de pistoleiros, mas no estado do Mato Grosso, a polícia com o apoio do governador tem uma relação de ‘unha e carne’.

No ano passado, o Ministério Público Federal entrou com uma denúncia contra três delegados e um agente da Polícia Federal em Dourados após escutas telefônicas gravadas com autorização judicial entre policiais e delegados da PF e latifundiários.

Entre os policiais e o mais chocante é o delegado Denis Colares de Araújo, da Polícia Federal, e o latifundiário acusado de assassinato no Massacre do Caarapó, Dionei Guedin, que ocorreu em 2016.

A organização não-governamental chamada de “Sociedade Amigos da Liberdade, Vigilância e Esperança” (Salve) é uma organização formada por latifundiários do Mato Grosso do Sul que apoia e financia o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), da secretaria de justiça do Estado, sendo uma polícia de fronteira com uma fachada que não passa de um grupamento que atua em reintegrações de posse. A barbaridade é tamanha que os latifundiários financiam e contam com a repressão desses agentes contra os indígenas e até cederam um prédio de 1.100 m², avaliado em R$ 750.000,00 para sediar o DOF.

Esses são pequenos exemplos de como atuam as forças policiais a mando do governador fascista.

 

A Força Nacional de Segurança Pública vai aumentar a repressão aos indígenas

 

A FNSP é composta pela elite de policiais militares, civis, bombeiros militares e peritos de todos os estados, ou seja, formada pelos agentes que são profissionais na repressão do povo. A elite dessas forças policiais é composta pelos elementos mais direitistas e controlados da burguesia, como existem em todas as polícias de elite dos estados, como a Rota em São Paulo e o Bope no Rio de Janeiro.

Essa tropa, com um governo federal nas mãos de Bolsonaro e Sérgio Moro, e o governo do estado nas mãos do fascista tucano Reinaldo Azambuja, que já elogiou ações da PM sem violentas e sem nenhum tipo de mandado judicial contra os indígenas, vai atuar de uma maneira extremamente repressiva contra os indígenas.

Um bom exemplo da atuação da FNSP para ‘resolução’ dos conflitos entre indígenas e latifundiários foi na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, na região de Ilhéus, Itabuna e Buerarema, no Sul da Bahia.

Com a chegada da FNSP a Terra Indígena Tupinambá de Olivença, aumentou a violência dos latifundiários e ainda houve humilhações de revistar mulheres e crianças, ônibus escolares e bloqueios realizavam pelos policiais que causaram grande terror na comunidade indígena. A resolução dos conflitos só veio com a saída das forças policiais e a organização dos indígenas que criaram grupos de autodefesa e proteção de sua comunidade.

A solução apresentada pelas organizações de esquerda e progressistas, com a chamada da FNSP e ao governador fascista Azambuja não vai resolver nenhum dos problemas dos indígenas no Estado, pelo contrário. Vai agravar ainda mais.

A única solução é a mesma dos tupinambás de Olivença. Organizar grupos de autodefesa e de embate com a direita, representada pelos latifundiários e seus capachos que são as forças policiais.

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