Em relatório divulgado no início da tarde desta terça-feira (27) a APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), a principal organização indígena do país, e a “Amazon Watch” listam onze empresas que consideram “cúmplices na destruição” da Amazônia e foco de conflitos com povos indígenas. São citadas quatro mineradoras, três empresas do agronegócio e quatro do setor elétrico. O documento também ressalta seis grandes instituições financeiras sediadas nos EUA que contribuíram com as empresas de 2017 a 2020.
Os casos destacados apresentam conflitos documentados nos quais as atividades (diretas ou indiretas) de uma empresa ameaçam as terras indígenas e/ou violam os direitos dos povos indígenas na Amazônia brasileira.
Os casos expostos aconteceram nos estados amazônicos do Pará, Maranhão, Mato Grosso, Roraima e Amazonas, com as mineradoras Vale, Anglo American, Belo Sun, Potássio do Brasil; as empresas do agronegócio Cargill, JBS, Cosan/Raízen; e as companhias de energia Energisa Mato Grosso, Bom Futuro Energia, Equatorial Energia Maranhão e Eletronorte, aponta o levantamento.
Para chegar à lista das onze empresas, o levantamento primeiro partiu dos processos judiciais registrados no TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região e de procedimentos em andamento no Ministério Público Federal. Foi criada uma base de dados com 797 casos judicializados. Os dados foram complementados com informações e documentos de operações realizadas pela Polícia Federal de 2018 a 2020 contra desmatamentos e invasões de terras indígenas, além de denúncias e entrevistas com lideranças do movimento indígena.
Além disso, o relatório destaca seis grandes instituições financeiras sediadas nos Estados Unidos BlackRock, Citigroup, J.P. Morgan Chase, Vanguard, Bank of America e Dimensional Fund Advisors – que contribuíram com mais de US$ 18 bilhões (R$ 100 bilhões) para as [onze] empresas acima entre 2017 e 2020.
Não a toa, essas empresas apoiam Bolsonaro que como contrapartida desmonta os órgão de fiscalização ambiental e proteção indígena.
O governo “alega” falta de recursos para manter em funcionamento os escritórios do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente. Até o ano de 2009, haviam 19 escritórios regionais do Instituto no estado. Somente neste ano, 17 foram fechados, restando apenas 2 escritórios, o de Parintins que atende o leste do Amazonas e o de Humaitá que atende o sul.
O fechamento dos postos do IBAMA está em direta relação com a política de favorecer a exploração predatória dos setores do agronegócio levada adiante por Bolsonaro.
Essa política também favorece a ingerência imperialista na região, como foi visto nos últimos dias com a ameaça de intervenção estrangeira na Amazônia.
A única saída é a mobilização popular pela derrubada do governo golpista e devastador de Jair Bolsonaro. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!