O ministro da Educação – ou melhor, dos cortes na Educação – anunciou mais um plano da sua pasta “cortar custos”. Afinal, é a razão de existir dos programas neoliberais – gastar o mínimo com a população. Como é típico das gestões neoliberais, que colocam gestores do mercado financeiro na pasta de educação.
Qual a sua iniciativa? Educação à distância (EAD)
Um desavisado poderia perguntar: mas qual o problema de abrir vagas para EAD? Não é disso que se trata. A modalidade à distância poderia ser uma tecnologia para incrementar o Ensino Superior. Mas o que o ministro planeja é substituir. Para isso, ele quer convencer o Congresso de modificar o PNE – Plano Nacional de Educação.
Na cabeça do ministro neoliberal, o PNE “está muito caro”, pois tem previsão de construir novos campus universitários. Weintraub quer modificar este plano para, no lugar disso, levar internet ao interior e abrir vagas à distância. Assim “cai o custo com refeitório e outras coisas”.
“Outras coisas” são toda uma estrutura que fomenta uma educação muito mais sólida do que conseguem os cursos à distância. A vida no campus universitário, que requer sim refeitórios, espaços de lazer e convivência, moradias estudantis, funcionários administrativos etc., fomenta a convivência intelectual, a organização política dos estudantes e professores, a integração entre a universidade e a comunidade de entorno. Um campus é praticamente uma cidade que movimenta cultura, economia formação profissional e política. É um núcleo regional de desenvolvimento para a região, muito superior ao que podem oferecer os cursos à distância.
Nas pesquisas mais recentes, apenas 25% dos estudantes universitários brasileiros consegue emprego na área de formação. Este problema é alarmante e não admite simplificações. O Brasil precisa de muito mais universidades, presenciais, públicas, gratuitas, de qualidade. Mais dotações orçamentárias, mais vagas, mais bibliotecas, mais refeitórios, mais professores, mais laboratórios! A internet e o ensino à distância podem ser ferramentas dentro deste contexto, e não substitutos para a economia mesquinha dos neoliberais.