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Oriente médio

Irã anuncia novas centrífugas para enriquecimento de urânio

Impedir que o Irã desenvolva seu programa de produção de armamento nuclear é uma das prioridades da política do imperialismo no Oriente Médio.

O presidente da República Islâmica do Irã,  Hassan Houhani, anunciou neste sábado (10) novos conjuntos de modernas centrífugas que entraram em operação para o enriquecimento de urânio. No total são 164 centrífugas do tipo IR-6 e 30 IR-5, instaladas no complexo de Natanz, região do centro do país persa.

O bloco político imperialista, composto fundamentalmente por União Europeia (UE) e Estados Unidos, tem como uma de suas prioridades no âmbito das relações exteriores impedir que o Irã dê sequência ao seu programa de desenvolvimento de armas nucleares.

Sanções à economia iraniana foram impostas pelas nações imperialistas, que atingiram áreas estratégicas da indústria, particularmente o setor petroquímico. A população civil também foi duramente atingida nas suas necessidades básicas. O acordo de 2015 relaxava as sanções em troca da suspensão do programa nuclear. O governo dos Estados Unidos, na época do ex-presidente Donald Trump (Partido Republicano), retirou-se do acordo e reimplantou as sanções.

A administração Joe Biden (Partido Democrata) mantém a política tradicional do imperialismo, focada em impedir que os países atrasados desenvolvam armas de grande poder dissuasório. O problema da posse de armas nucleares por países como o Irã é o de que isto dificulta qualquer tipo de ação militar contra a nação persa, mesmo que esta não disponha de forças armadas capazes de fazer frente à ameaça externa. Ou seja, as armas nucleares geram um equilíbrio na balança de poder geopolítico entre um país imperialista desenvolvido, como os Estados Unidos, e um país atrasado, como o Irã.

Os países atrasados têm o direito democrático de produzir as armas nucleares, químicas e biológicas de alto poder dissuasório que julgarem necessárias para garantir a defesa e soberania nacionais. Por sua vez, os países imperialistas (Inglaterra, França, Alemanha, Estados Unidos) têm poderosos arsenais e orçamentos militares bilionários, instrumentos necessários para garantir a predominância de seus interesses no mundo. Os dominadores não abrem mão de armas nucleares. O Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) não determina que estes acabem com seus arsenais nucleares, ao contrário, impede que outros países possam desenvolvê-los.

As ameaças de invasão militar do Irã são frequentes por parte das forças imperialistas. O Estado de Israel, um dos principais aliados do imperialismo no Oriente Médio, declarou que pretende formar uma aliança militar com países árabes para fazer frente à influência iraniana na região. A tensão entre Israel e Irã é permanente. Os israelenses já declararam que pretendem bombardear as instalações nucleares de seu vizinho, tal como fizeram com o Líbano e a Síria.

O assassinato do general Qassem Soleimani, que ocupava o posto de major-general e era Comandante da Força Quds do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica, representou uma agressão direta. A imprensa noticiou que cientistas nucleares iranianos morreram misteriosamente.

Desde a revolução de 1979, evento histórico que derrubou a monarquia do Xá Mohammad Reza Pahlevi, na época um aliado dos Estados Unidos, o imperialismo declarou a hostilidade ao governo nacionalista-burguês que administra o Estado persa. A invasão iraquiana, que deflagrou a guerra Irã-iraque (1980-1988), foi estimulada e apoiada pelo imperialismo para acabar com a revolução. Tratou-se de uma guerra por procuração.

Impedir que o Irã desenvolva uma bomba atômica é um objetivo do imperialismo desde há décadas. No Oriente Médio e nos mares do Golfo Pérsico existem diversas bases terrestres e navais norte-americanas. As invasões do Iraque (2003) e Afeganistão (2001) e a intervenção com tropas terrestres na Síria representaram um sinal de alerta para os iranianos, que sabem que os Estados Unidos têm planos de intervenção militar.

A propaganda da imprensa capitalista busca manipular e descredibilizar o governo iraniano diante da opinião pública mundial. Tenta-se passar a ideia de que o Irã não respeita os direitos humanos, maltrata as mulheres, não respeita as minorias. O país seria governado por aiatolás xiitas atrasados e obscuros que não garantem um regime democrático nos moldes ocidentais. No fundo, são argumentos de tipo identitário para justificar as sanções unilaterais contra o país persa e criar pretextos para uma política externa agressiva, intervencionista e lesiva ao interesse nacional do Irã.

O Irã é uma nação milenar e de destaque no Oriente Médio, pelo seu peso demográfico, tamanho, influência regional e grau de industrialização. Como forma de resistir à ofensiva imperialista, o país persa se aproximou da China e firmou um acordo de cooperação com duração de 25 anos. A campanha contra o programa nuclear iraniano demonstra o medo do imperialismo de que os iranianos tenham meios dissuasórios para defender seus interesses nacionais e influenciar politicamente em âmbito regional.

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