A semana de leilões do governo federal, garantiu a entrega do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste Leste, que vai de Ilhéus a Caetité, na Bahia, e conta com 537 km de extensão. Foi arrematada pelo valor de 33 milhões de reais pela empresa Bahia Mineração S/A, pertencente à Corretora Itaú. Nessa semana também foram leiloados 22 aeroportos.
O negócio renderá ao estado 3,3 bilhões de reais em investimentos, sendo 1,6 bilhões para a conclusão das obras.
É a segunda ferrovia a ser leiloada no governo Bolsonaro. A primeira foi a Norte-Sul em 2019 por de 2,7 bilhões de reais pela concessão. A empresa ganhadora foi a Rumo.
O governo golpista ainda pretende entregar para os capitalistas outros 2 trechos da ferrovia, a Fiol 2 que liga Caetité a Barreiras na Bahia, com obras em execução, e o trecho 3 que vai de Barreiras(BA) a Figueirópolis (TO), que está aguardando licença de instalação pelo IBAMA.
As empresas que fazem negócios com o estado ganham sempre muito dinheiro. Com as obras quase concluídas, essas empresas pegam o empreendimento na fase de operação e ganhos de receita. Não precisam gastar com o projeto de engenharia, com as compras de materiais de construção, contratação de mão de obra, nada disso. Ficam com os lucros enquanto o estado fica com os custos pagos pela população.
Todas as concessões seguem o mesmo ritual, o estado arca com o projeto e a construção e repassa à iniciativa privada para ela colocar em operação e lucrem com isto. O dinheiro do estado, que pertence à maioria do povo, é canalizado para as empresas, que sem investimento começam a faturar muito.
Mas por outro lado, nada investem no social. Nada de políticas para ampliação do número de leitos, de UTIs, de respiradores, de testes, de vacina, de isolamento social sério, de auxílio emergencial para os desempregados.
Estes que são proibidos de sair às ruas vendendo produtos nos semáforos, nas feiras livres, nos vagões de trem, e que acabam perdendo suas mercadorias para os fiscais das prefeituras, dos seguranças das companhias de transporte ferroviários para impedir que utilizem as instalações para tentar sobreviver em meio a pandemia e a crise econômica.
Trata-se de uma política clara de genocídio, por parte do presidente fascista, e também dos governadores e dos prefeitos golpistas. Não fazem nada para conter a pandemia e amenizar os efeitos da crise econômica para os trabalhadores. Se limitam a fracassada política do “fique em casa”, sendo que o povo desempregado não tem condições disso, pois não terão comida nem para eles e nem para a família, o que também não é fornecido pelo estado.